terça-feira, junho 19, 2012

DO MEU DIÁRIO


Tejo-Póvoa de Santa Iria
Há portugueses com vidas difícieis

Santa Iria de Azóia, 19 de Junho de 2012 – Há momentos um ex-governante, cujo primeiro nome já esqueci, com aquele seu jeito muito peculiar de falar, disse alto e bom som, que, se não tivesse passado pelo governo, provavelmente tinha chegado à presidência de um grande banco há muito tempo.

Mira é um dos apelidos do senhor, que, provavelmente teria chegado há muito tempo à presidência de uma grande banco, se não tivesse tido a “desdita” de ter sido governante. Eu sei que o senhor foi governante, ou seja, ajudante do governante Cavaco, nos anos oitenta e noventa, quando o dinheiro chegava às carradas da Europa e Portugal começava a ter mais alguma coisinha para além da miséria habitual. Foi ministro no tempo das vacas gordas, mais gordas ainda do que aquelas açorianas que sorriram ao presidente na Graciosa, no Outono passado.

Não faço ideia do que fazia Mira nos tempos de governação, porque leio romances e poesia e tenho o armazém cheio de versos e de ditos de pessoas que nos vão fazendo a vida menos pesada e mais digna. Alguma coisa Mira faria para falar alto e num tom de quem é credor do país. De resto, o país é credor de muita gente, nomeadamente do PSD-PPD e CDS-PP e também do PS, que deixaram de ser isto e aquilo para se dedicarem de alma e coração à causa pública.

Mira já terá feito muitas coisas; porém, creio que nunca terá posto linhas do seu bolso – para além dos impostos, claro – para obviar a uma qualquer necessidade do país. Provavelmente, melhor ou pior fez-se sempre pagar de harmonia com o que a lei determina. Contrariamente ao que fazem os poetas, que vão dando versos à Pátria, por vezes geniais, sem nada receberem em troca. Mas esta é uma conversa à qual, ainda que a pudesse entender, Mira faria ouvidos de mercador, ou seja, orelhas moucas.


sábado, junho 16, 2012



COMO SE FOSSE ONTEM

Eu guardo ainda, intactos, os odores dos frutos, dependurados no tecto da sala da casa de meus avós paternos: maçãs, cachos de uvas, dióspiros e romãs, que comíamos com parcimónia e que eram para nós os melhores frutos do mundo.

Eu guardo ainda, intactos, os timbres das vozes de todos os entes queridos, que se sentavam à volta da braseira, no centro da pequena sala, juntinhos, nos longos serões do Outono e do Inverno, à luz da candeia.

Eu guardo ainda, intactas, as histórias pueris que meu pai me contava e que fizeram a minha infância feliz.

Há tanto, tanto tempo…



COMO SE FOSSE ONTEM (NOVA VERSÃO)

No fim do Outono e no Inverno, quando o frio apertava, era à volta da braseira que a nossa família se reunia e conversava.

Na sala exígua, havia duas arcas, onde tudo se guardava e as minhas tias – oh, eram tão novas ainda! -, se sentavam para namorar sob o olhar atento e severo de minha avó.

No tecto de madeira, havia maçãs, cachos de uvas, diospiros e romãs, dependurados, que comíamos com parcimónia e que eram os melhores frutos do mundo.

Era neste ambiente, que eu ouvia, feliz, as lindas histórias pueris, que meu pai contava.

Foi há tanto, tanto tempo…



quinta-feira, junho 14, 2012


AQUI


Desta colina onde moro
Avista-se o Tejo
E a grande cidade;
Mas na Primavera,
Eu prefiro andar no olival,
Por entre ervas
E arbustos bravios,
Sorvendo-lhes a fresquidão
E os aromas
E ignorando o Tejo
E a cidade.

É nessas horas
De abandono feliz,
Que rememoro Cesário Verde
E os seus versos alexandrinos.

E às vezes até parece
Que a fresquidão
E os aromas
Se propagam também aos versos.

Ou simplesmente,
Transparece.





sábado, junho 09, 2012

DO MEU DIÁRIO


As nuvens adensam-se
Santa Iria de Azóia, 9 de Junho de 2012 – Eu hoje só queria falar de coisas agradáveis, mas após a leitura de alguns textos na blogosfera, não ficaria  bem comigo mesmo se não escrevesse algumas palavras sobre os tempos que correm.   

     D. Januário Torgal Ferreira, uma voz ímpar dentro da igreja católica portuguesa, pronunciou-se, anteontem, sobre declarações do jovem que ocupa o cargo de primeiro-ministro. Fê-lo com a coragem a que nos habituou ao longo dos anos; convidando, o sobredito jovem a sair à rua e juntar-se ao povo. No dia seguinte, D. Januário viu a sua vida devassada por um pasquim, que parece querer atemorizar Portugal inteiro. Quem se meter com Relvas ou Passos ou tutti quanti pode contar com a sua vida no estendal.

     Correm rumores de que o número de suicídios está a aumentar em Portugal; porém, segundo os mesmos rumores, parece que as autoridades a quem compete divulgar esses óbitos não o fazem por imposição superior. Do mesmo modo que haverá uma cortina de silêncio acerca de desacatos decorrentes da penúria em que vivem as populações de bairros populares nos arredores da capital. A serem verdadeiros estes rumores, estamos em presença de um conflito entre as autoridades e o direito à informação livre e democrática.

     O caso de D. Januário é uma evidência de que há quem saiba da vida de todos aqueles cuja opinião conta. Esta informação juntinha e prontinha para o dia seguinte, não deve deixar dúvidas a ninguém. A confirmar-se que são dadas orientações às autoridades para não divulgarem suicídios e os tais desacatos devidos à penúria, teremos que concluir que os verdeiros e transparentes de outrora são mais opacos que uma noite de breu.

quinta-feira, junho 07, 2012

DO MEU DIÁRIO



Lisboa, 6 de Junho de 2012 – Os crânios que nos (des)governam – gente que só vê números e folhas de “excel” – não vêem ou fingem não ver que Portugal se afunda, inexoravelmente, dia após dia.
     Os crânios que nos (des)governam vieram para rapar o “pote”, mas omitiram que iriam espoliar os portugueses de teres e haveres e de direitos, empobrecendo-os desalmadamente.
     Estes crânios, que se diziam transparentes e verdadeiros, hão-de ser, futuramente, encontrados entre os mais despudorados mentirosos.      
     Os crânios que nos (des)governam – a soldo de uma “troika” representante de instituições agiotas – tem que ser corrido rapidamente. E pouco importa que Seguro esteja ou não em boas condições para vir a liderar um governo. É preciso pôr os crânios em minoria, que a democracia, sendo-o de verdade, será capaz de encontrar soluções para Portugal e para os portugueses.
     Não podemos deixar que Portugal se transforme num imenso hospital psiquiátrico, para que PPC tenha compaixão de nós.

segunda-feira, junho 04, 2012

DISCURSO


Transporte. Província de Málaga.
                                                                Foto da Net - -Málaga
Muitos de nós que temos mãos e temos pés,
Muitos de nós que fazemos adeus aos comboios nas estações,
Muitos de nós que passeamos o conformismo pelas ruas da cidade,
Muitos de nós,
Um dia,
Talvez um dia,
Saibamos quão inúteis foram os nossos braços,
As nossas pernas,
A nossas bocas,
Os nossos ouvidos
E os nossos cérebros.



Talvez um dia,
Quando violarem o silêncio da nossa inutilidade
E já for demasiado tarde,
Vejamos então como eram irreais
Os nossos primorosos raciocínios.




Nesse dia,
Não haverá lugar para lágrimas
E lamentações.
Nesse dia,
Morreremos como cães:
Sem palavras,
Sem sonhos,
Acéfalos,
Loucos.



































domingo, junho 03, 2012

DO MEU DIÁRIO


Charneca da Cotovia, 3 de Junho de 2012 – Eu nem sequer conheço a cara de um tal Fernando Leal da Costa, que, segundo o jornal “O Público”, é secretário de Estado adjunto e da Saúde. Segundo o jornal, o senhor, que não sei se é médico oncologista ou de outra especialidade qualquer, terá admitido publicamente que algumas terapias de “eficácia duvidosa” (as aspas são d’ “O Público”, usadas em tratamentos oncológicos poderão deixar de ser comparticipadas pelo SNS.

Contra a secretarial opinião, que de Estado algo poderá ter, mas que foge aos mais estritos valores humanos, já se terão pronunciado a Ordem dos Médicos e duas Associações de Doentes Oncológicos. Não conheço a cara do criterioso adjunto da (dês)governação, repito, mas as suas ideias, repudiadas por quem sabe e por quem sofre, se forem verdadeiras, são feias e arrogantes. Só os médicos oncologistas e a sua organização de classe sabem o que conta na luta contra a morte que travam milhares de portugueses. Licenciados em economia e gestão de empresas, quando muito, saberão contar até dez e vamos lá ver se sem gaguejarem. Não sei qual é a formação do senhor, nem isso interessa para o caso, mas tem formação – ou com ela concorda - na área do corte-aqui-corte-ali, que a “troika” e os seus “troikaníssimos” chefes defendem.

Eu pago impostos, muitos impostos, impostos excessivos e desumanos. Constato o facto, mas não deixarei de cumprir com as minhas obrigações perante a sociedade. Gostava, no entanto, que o meu dinheiro fosse gasto com a sociedade que precisa e não para encher os bolsos dos próceres deste regime de curandeiros. A insensibilidade destes governantes, que apenas sabem olhar – e quantas vezes mal – para mapas feitos em folhas de “excel”, choca as pessoas bem formadas e que sempre pagaram os seus impostos e não andaram a roubar Portugal e os portugueses.











sábado, junho 02, 2012

DO MEU DIÁRIO

Charneca da Cotovia, 2 de Junho de 2012 – Pedro Passos Coelho falou hoje de crescimento, tendo dito que a “coisa” está quase, quase a chegar. Eu também queria partilhar da crença de Pedro Passos Coelho, porque, talvez, o futuro fosse menos difícil para os portugueses, que têm sido castigados por este homem, sem dó nem piedade. E para mim também, claro. No entanto, como não sou dado a crendices, não acompanho Pedro Passos Coelho em matéria de crescimento económico.

Eu creio firmemente no crescimento do desemprego, no crescimento do empobrecimento dos portugueses, no crescimento das doenças do foro psiquiátrico, no crescimento da destruição do Estado social, que esta gente que nos governa, a nós e à Europa, parece querer levar até às últimas consequências, etc. No fundo, e vistas bem as coisas, eu nem sou um crente. Sou apenas um português que vê a vida a andar para trás, como para trás anda a vida da esmagadora maioria dos seus concidadãos.

Eu sei que Pedro Passos Coelho, que nos tem brindado com o corte de inúmeros direitos, tem necessidade de fazer o discurso da crença no crescimento, para melhor, pensa ele, nos poder brindar com o corte de mais direitos. É por isso que não posso acompanhar Pedro Passos Coelho na crendice do crescimento. Eu sei que não lhe faço falta no séquito, mas quero conceder-me a liberdade de dizer que não o acompanho.

Este é um direito que nunca me vai retirar.



sexta-feira, junho 01, 2012

DO MEU DIÁRIO

Há mesas portuguesas simples, mas muito dignas.
Santa Iria de Azóia, 1 de Junho de 2012 – Um tal António Borges, apresentado como reputado economista, recomendou hoje, ou ontem, tanto faz, o “abaixamento” dos salários dos portugueses. Prega bem Frei Tomás. Era bom que este homem que quer o empobrecimento dos portugueses e de Portugal, dissesse, de forma audível, quanto ganha por ser empregado e /ou consultor das mercearias Jerónimo Martins, e, simultaneamente, conselheiro do governo para as privatizações. Os portugueses precisam de saber como vivem os que receitam tais mezinhas.

De mezinhas se tratará, porque as receitas defendidas pelo senhor estão a dar o que dão na Grécia; e, ainda hoje, Teodora Cardoso dizia que a resolução do problema da economia portuguesa não passava pelo dito “abaixamento” dos salários, para não nos convertermos num país “do terceiro ou do quarto mundo”.

Eles sabem que o problema não é o custo do factor trabalho. Eles sabem, mas não lhes convém dizer, que o problema da competitividade se resolve com uma melhor qualificação dos portugueses e com a baixa do custo de outros factores de produção. Nomeadamente, o custo dos combustíveis e da electricidade.

António Borges, o “receitador” de salários de miséria deveria, durante cinco anos - ele e o seu clã – viver com o ordenado mínimo nacional. Só assim saberia como elas mordem como diz o povo.

quinta-feira, maio 31, 2012

DO MEU DIÁRIO


Santa Iria de Azóia, 31 de Maio de 2012 – Começo a deixar de ter estômago para os “sarrabulhos” quotidianos, que têm como protagonistas os actuais “estadistas” e os “estadistas” anteriores. Os actuais, porque nunca tendo dito ao que vinham - para além de uma vaga alusão ao “pote”- têm como programa fazer empobrecer Portugal e os portugueses; os anteriores, porque querendo voltar ao “pote”, tudo fazem para ficar bem no retrato e não serem acusados de prejudicar o povo e o país.

O que fazem uns e outros é prejudicar Portugal e os portugueses, porque capitularam perante entidades estrangeiras e os nossos parceiros da EU, aceitando condições humilhantes para o seu povo e para o seu país. É revoltante assistir à chegada de três “encomendas, três, enviadas pelos credores e que se passeiam pelos corredores das nossas instituições como verdadeiros chefes. Isto revolta! Isto faz-me mal ao estômago.

No entanto, há outras coisas que me nauseiam. Nomeadamente o facto de todos os grandes crápulas ficarem impunes, sendo consabido que roubaram Portugal e os portugueses em muitos milhares de milhões de euros. E tudo parece normal, como se os ladrões e outros malfeitores não tivessem de estar nas prisões. Portugal corre o risco de se tornar num imenso manicómio.



domingo, maio 27, 2012

NÃO TENHO PALAVRAS SÁBIAS


Não tenho palavras sábias nem virtuosas para vos dizer. Se procurais essas palavras, Esta não é a certa porta onde devereis bater; porém, a cidade está repleta de homens sábios e virtuosos, que, certamente, vos dirão as palavras que os vossos corações, generosos, tanto procuram.

Eu só sei falar de cigarras, de potros fogosos e bravios e dos dias calmosos do Verão.

E se um conselho meu quereis ouvir, pois bem, aqui o tendes: sede ledos como as cigarras, fogosos e bravios como os potros e desfrutai estes calmosos dias de Verão.

Simplesmente, que o tempo – o inexorável tempo – se há-de encarregar de fazer o resto.







segunda-feira, maio 21, 2012

DO MEU DIÁRIO


Santa Iria de Azóia, 21 de Maio de 2012 – Valentim Gil, que conto no rol dos meus amigos, anda preocupadíssimo com o presente e com o futuro da sua família e do nosso país. O presente conhecemo-lo bem. A minha família já perdeu quatro vencimentos anuais, suporta bens e serviços à taxa de IVA de 23% (antes 6 e 13%), diminuíram-lhe as comparticipações nos medicamentos e aumentaram-lhe as chamadas taxas moderadoras. Falar de uma perda real de cerca de 30% do poder de compra é fazer as contas por baixo. Mas o pior ainda está para vir.

O futuro, diz-se, a Deus pertence. No entanto, os totalitários que nos desgovernam, pensando ser esta a definitiva e melhor forma de organizar e governar o mundo a seu bel-prazer, vão esticando, esticando a corda, crentes na mansidão do povo português. Ora, este povo que amo e sou (acho que já escrevi isto noutro texto) soube sempre encontrar soluções nas horas de maior aperto. A ideia de que o povo português é manso é falsa, porque temos a nossa História repleta de guerras civis e até de assassinatos políticos.

Poderemos passar por horas de grande aperto, mas os totalitários não contam, porque nela não acreditam, com a oposição que, inevitavelmente, terá que surgir. O próximo ano, quando todas as medidas do “Gasparoika” forem postas em prática, a radicalização tornar-se-á inevitável. E depois veremos.

O grande problema da hora que passa radica na desregulamentação do capitalismo, ou seja, no predomínio do capital financeiro sobre o capital produtivo, no fundo, sobre a economia propriamente dita (terei dito alguma enormidade?). E das duas, uma: ou os povos deixam o capitalismo reorganizar-se e continuar a cavar desgraças; ou, então, têm de ousar e encontrar outras formas de tratar do estado do mundo. E elas existem.

RAFEIROS DE ESTIMAÇÃO




domingo, maio 20, 2012

DO MEU DIÁRIO

os protagonistas

Santa Iria de Azóia, 20 de Maio de 2012 – Há 21 anos, feitos hoje, o dia acordou tépido e repleto de sol. Segunda-feira. Deixei a Zélia no Hospital Particular de Lisboa, por volta das sete da manhã, com a promessa de uma enfermeira-parteira de que o João só nasceria lá para as onze horas. Bebi o primeiro café do dia no Café-Restaurante “Tony dos Bifes”, na Av. Praia da Vitória, em frente do Centro Comercial Monumental.

Bebido o café, desloquei-me para o nº 21 da Av. 5 de Outubro, onde tinha - e continua a ter -, sede e instalações o Externato Ergon, onde leccionava, em horário pós-laboral. Estiquei-me no sofá e adormeci, porque a noite tinha sido longa e movimentada. Dormiria duas horinhas e iria assistir ao parto como ficara combinado.

Por volta das dez horas, não posso precisar, levantei-me e dirigi-me para o HP, na Luís Bívar. Ainda na rua António Enes vejo dois familiares sorridentes, que já vinham do hospital e que me asseguraram que o João tinha chegado bem. E lá fui eu, muito curioso, ver o meu filho, a cujo parto faltei graças a um erro de cálculo de uma experiente enfermeira. Depois, depois foram os telefonemas do costume e as emoções de, mais uma vez, termos dado vida à vida.

O almoço foi com o Manuel Junqueira, na rua António Enes, num restaurante-tasca quase paredes meias com a embaixada de Israel. E o dia, um dos mais felizes da minha vida, continuou quente e radioso.

quarta-feira, maio 16, 2012

DO MEU DIÁRIO

Alhandra vista de Trancoso (S. João dos Montes)

Santa Iria de Azóia, 16 de Maio de 2012 – Portugal, este belo país que amo e sou, está a tornar-se um lugar inóspito. Dir-se-ia que este velho rincão, outrora habitado por um povo hospitaleiro, se transformou um sítio melancólico, soturno, crepuscular.

Por obra e graça de meia dúzia de alimárias, nacionais e estrangeiras, que, revelando o mais acabado desprezo por todo um povo, Portugal está a regredir para níveis ainda recentemente inimagináveis. E diz-se – e sabe-se que a coisa não vai ficar por aqui! – que medidas mais gravosas hão-de chegar e que o desemprego vai continuar a crescer.

O medo vai-se instalando. Há horas atrás ouvi um jovem dize, quase com lágrimas nos olhos, que a sua mulher vai ficar desempregada após o términus da licença de maternidade, que o seu salário já baixou por mútuo consentimento, que não sabe o que vai fazer à vida.

Pois. O problema radica aqui: o povo não sabe, ou começa a não saber, o que há-de fazer com a vida. Imunes a esta tempestade, só mesmo os sobrinhos dos tios que, por enquanto, mandam em Portugal. Eu fui mandar lançar os búzios e sei que a coisa vai mudar. É só uma questão de tempo e de muito sofrimento.

domingo, maio 13, 2012

MATA - COMIGO NO CORAÇÃO




Paisagem íntima