segunda-feira, dezembro 31, 2007

FELIZ ANO NOVO

Santa Iria de Azóia, 31 de Dezembro de 2007 – O ano que hoje termina foi particularmente difícil para os nossos concidadãos a quem a pátria tudo exige e nada dá: os trabalhadores por contra de outrem, incluindo os da Função Pública, a quem o Governo e os empregadores cerceiam direitos e garantias. Foi um ano dificílimo para os desempregados.

Foi um ano negro no domínio da saúde. Continuou a guerra contra o SNS, extinguindo, extinguindo, extinguindo, sem se saber o que foi efectivamente criado. Em nome da contenção da despesa pública, que os ricos e os seus sacristães reclamam, sacrificam-se populações inteiras. Nunca terão nascido tantos portugueses em ambulâncias a caminho das maternidades.

Foi um ano negro na comunicação social que, salvo honrosas excepções, ignorou ou denegriu as lutas dos trabalhadores. A grande manifestação de Outubro, apesar de ter sido a maior dos últimos vinte anos, não chegou a ser notícia. Valorizam-se os dislates de Mário Lino e de Manuel Pinho, como se tivessem o condão de criar riqueza e bem-estar para o país. Nos “blogues” a luta é entre socialistas e sociais-democratas e anda à volta das tricas em que ambos os partidos são férteis.

Por isso mesmo, é legítimo esperar melhor no ano que começa dentro de horas. Mas como nada nos será dado gratuitamente, é bom que nos capacitemos que só a luta pode modificar o statu quo actual, onde tudo apodrece e fede.

FELIZ ANO NOVO PARA OS MEUS AMIGOS, LEITORES DESTE “BLOG” E TODOS OS QUE ASPIRAM POR UM PORTUGAL MAIS SOLIDÁRIO E FRATERNO!

sexta-feira, dezembro 28, 2007

SALOMÉ

Salomé
Só queria
Dançar
E encantar.

E mostrar
Os brincos
Que usava
No umbigo.

Oh,
Quisesse
Salomé
Dançar
Pra mim
………….
Ou comigo!

quinta-feira, dezembro 27, 2007

OFÉLIA

republicação

Ficou para tia
A nossa Ofélia,
Porque a obra
(ai, a obra!)
De Fernando
Assim o exigia.

Morreu velha
E respeitada,
Mas por homem,
Presume-se,
Nunca amada.
Vagas promessas,
Pequenos nadas.

De eléctrico iam
À Cruz-Quebrada.
Iam e vinham,
Vinham e iam.
Iriam os dois
E de mãos dadas?

DO MEU DIÁRIO

Santa Iria de Azóia, 27 de Dezembro de 2007 – Mais palavra menos palavra, o senhor ministro Campos, responsável pela saúde dos portugueses, disse, e eu ouvi numa das televisões, que o criticavam, porque tinha mexido em certos interesses.

Eu vivo numa paróquia da grande Lisboa, de seu nome Santa Iria de Azóia, onde outrora se travaram grandes batalhas pela democracia e mais tarde pela defesa das conquistas de Abril. E aqui em Santa Iria, na verdade, o senhor ministro Campos mexeu com os utentes do SNS, quando transferiu os SAP para Moscavide, onde é atendida a população de Loures Oriental. Aqui em Santa Iria, o senhor ministro Campos mexeu no tempo, na comodidade e no bolso dos mais humildes.

Na Constituição-33, que Salazar, generosamente, outorgou ao povo português, e que nos governou até 25 de Abril de 1974, havia um artigo que dizia mais ou menos isto: os superiores interesses da Nação estão acima dos interesses individuais e colectivos. Salazar tinha da nação um conceito abstractíssimo, como se a dita nação não fosse uma comunidade composta por indivíduos, ligados entre si por um conjunto comum de aspirações, um território, uma língua e uma História. Ainda que o território e a língua não sejam decisivos na definição de nação.

As decisões do senhor ministro Campos são mais comezinhas. Têm a ver com o défice das contas públicas e com os compromissos do PEC. É que esta coisa da Europa, que deu subsídios a muitos tratantes, exige que se corte nas despesas do Estado. E então corta-se cegamente, sobrepondo o défice e os compromissos europeus aos interesses da comunidade. Até um dia, que esta coisa não vai durar mil anos!

terça-feira, dezembro 25, 2007

NOITES DE VERÃO

Nas noites
breves
E quentes
de Verão,
Ficávamos
na rua
Até correr
a brisa
fresca
Da manhã.

Às vezes,
Só quando o sol
Irrompia,
Acabava
O nosso dia.

A casa
Era o sítio
Onde se ia
Comer
E dormir

domingo, dezembro 23, 2007

sábado, dezembro 22, 2007

DO MEU DIÁRIO

Santa Iria de Azóia, 22 de Dezembro – O Daniel Abrunheiro, que é poeta de rara e fina inspiração, criou a expressão maior clube privado do mundo, que designa um grupo de leitores e fazedores de coisas, na blogosfera, entre os quais também é incluído este vosso humilde escriba.

E porque é tempo de Natal, ainda que Natal seja “sempre que um homem quiser”, como diz a canção, queria aqui formular votos de bem-estar para todos os fazedores e leitores desta pequena grande comunidade. Estes votos, obviamente, são também extensivos à família e aos amigos de uns e de outros.

Treslendo Miguéis: “NATAL FELIZ”.

quinta-feira, dezembro 20, 2007

CIÚME

A tua ausência fere-me
E dói tanto,
Que os meus inquietos pensamentos
São como pássaros jovens
Embalados pela vertigem do voo.


Soubesse eu ao menos
Onde e com quem partilhas
O suave e doce perfume do teu corpo.

segunda-feira, dezembro 17, 2007

DO MEU DIÁRIO

Santa Iria de Azóia, 13 de Dezembro de 2007 – Amo a língua portuguesa acima de muitas outras coisas, porque foi através dela que, pela primeira vez, nomeei os seres e as coisas que me são mais queridos. E com ela cresci e graças a ela sei quem sou. E nela aprendi a dizer não e sim com toda a veemência do mundo.

Porém, não tenho quaisquer angústias relativamente ao destino do português de Portugal e o mesmo sentimento tenho em relação a todas as suas variedades. Eu sei de ciência segura que esta língua que amo e sou não é eterna e que não há acordos, nem decretos, nem guerras, que possam travar qualquer uma das suas muitas variedades de fazer o seu próprio caminho.

Querer impor por decreto uma grafia – e porque não um léxico comum? -, é uma forma totalitária de pretender resolver um problema que, se o fosse verdadeiramente, jamais poderia ter uma solução.

Sei que daqui a mil anos, esta belíssima”flor do Lácio” (a expressão é de Olavo Bilac), será coisa bem diversa daquela em que hoje sinto e exprimo os meus sentimentos. O mesmo acontecerá com todas as variedades faladas na América, em África e na Oceânia. Bom será que, daqui a mil anos, se possa dizer que esta ou aquela língua, que este e aquele crioulo, têm o português como língua mãe. Isso me basta e me consola, neste bizantino presente.

sábado, dezembro 15, 2007

AS FIGUEIRAS

Generosas,
As figueiras
Deixam crescer
Os ramos
Para os caminhos.

Para que os figos
Quando maduros
Fiquem ao alcance
De todas as mãos.


Na natureza,
Não há
Outra árvore
Assim!



quinta-feira, dezembro 13, 2007

COMO SE FOSSE ONTEM (NOVA VERSÃO)

No fim do Outono e no Inverno, quando o frio apertava, era à volta da braseira que a nossa família se reunia e conversava.

Na sala exígua, havia duas arcas, onde tudo se guardava e as minhas tias – oh, eram tão novas ainda! -, se sentavam para namorar sob o olhar atento e severo de minha avó.

No tecto de madeira, havia maçãs, cachos de uvas, diospiros e romãs, dependurados, que comíamos com parcimónia e que eram os melhores frutos do mundo.

Era neste ambiente, que eu ouvia, feliz, as lindas histórias pueris, que meu pai contava.
Foi há tanto, tanto tempo…

quarta-feira, dezembro 12, 2007

COMO SE FOSSE ONTEM

Eu guardo ainda, intactos, os odores dos frutos, dependurados no tecto da sala da casa de meus avós paternos: maçãs, cachos de uvas, diospiros e romãs, que comíamos com parcimónia e que eram para nós os melhores frutos do vasto mundo.

Eu guardo ainda, intactos, os timbres das vozes de todos os entes queridos, que se sentavam à volta da braseira, no centro da pequena sala, juntinhos, nos longos serões do Outono e do Inverno, à luz da candeia.

Eu guardo ainda, intactas, as histórias pueris que meu pai me contava e que fizeram a minha infância feliz.

Há tanto, tanto tempo…

terça-feira, dezembro 11, 2007

CANTAVA TODA A MANHÃ

A minha avó paterna.

Muito erecta em seu balcão,
De cores tristes vestida,
Cantava toda a manhã.

Os cabelos penteava
E rimas lançava ao vento
Pr’ afastar a solidão.

Sua voz tinha magia,
Tristeza muita e profunda,
E cantava todo o dia…

Ó querida velha tonta!,
-Minha esmeralda perdida,
onde cantarás agora ?

sábado, dezembro 08, 2007

O POEMA

Às vezes,
Tenho de esperar,
Pacientemente,
Um verso;
Outras,
Os versos surgem,
Subitamente,
Caindo as sílabas
E as palavras,
uma a uma,
No poema.

É sempre
Uma questão
De labor
E tempo.

E de inspiração…

sexta-feira, dezembro 07, 2007

OUTONO

Aos poucos,
Vão-se despindo
Os plátanos
E os choupos.

E o dia
Enclausurado
Num casulo
Cinzento
Enfastia-me.

Não admira,
Assim,
Que ande arredia,
De mim,
A poesia.

quarta-feira, dezembro 05, 2007

SONETO (PORTUGUÊS) - 5

republicação

Prepara-se a pátria de Pessoa
- Formidável império mundial –,
Para ter uma moderna lei geral
Que o mundo, por certo, seguirá.
Tlebs é o nome dessa lei, Tlebs!
Mais clara que os mandamentos
Por Deus confiados a Moisés,
Tornará mais forte o vasto império.
Desde o último Verão,
Vieira, Peres, Graça, Mateus,
Contra a nova norma se bateram
Com suas fortes penas sonorosas;
Porém, tudo está bem pesado e medido
E a coisa vai maravilhar o universo!

terça-feira, dezembro 04, 2007

NOTA

A fotografia que ilustra o texto "Castelo Branco - 4" foi tirada na Primavera passada. Serve apenas para mostrar o edifício onde se situava o café Arcádia. É o que sobressai, à esquerda. Os cidadãos vestidos com T-shirts brancas, querem apenas demonstrar que a marcha faz bem ao coração.

CASTELO BRANCO - 4



Santa Iria de Azóia, 4 de Dezembro de 2007 – Não me recordo se era também no 1º de Dezembro que os legionários vestiam a respectiva fatiota e desfilavam pelas ruas de Castelo Branco. Lembro-me, todavia, de os ver fardados e muito compenetrados da sua meritória e patriótica missão.

Vistas à distância de trinta e muitos, quarenta anos, todas estas instituições mais ou menos grotescas acabariam por nos divertir, se não tivessem sido peças de uma superstrutura repressiva que dava pelo nome de Estado Novo. A Legião e a Mocidade e ainda a Milícia, faziam parte de um todo que abocanhou a liberdade e permitiu o exercício do poder a Salazar e à sua camarilha.

Apesar de tudo, Castelo Branco era uma cidade interessante, onde as pessoas se organizavam em grupos de harmonia com as suas orientações políticas e ideológicas. Eram editados os jornais “Reconquista” e “Beira Baixa”. E lia-se muito. Por isso mesmo, havia dois PSP à paisana, que percorriam as livrarias para procederem à apreensão dos livros que o regime considerava perigosos. O quiosque VIDAL era o principal alvo destes pobres detectives, que hoje hão-de parecer, a muita gente, personagens inverosímeis.

No Avis sobressaía o grupo do reitor do Liceu, Dr. Catanas Diogo, do director de Escola Comercial, Dr. Ribeiro Queiroz, e um oficial que comandava a GNR. O Avis tinha uma daquelas portas de rodar e uma enorme esplanada, onde, às segundas-feiras, dia de mercado, era possível encontrar o lendário fascista Dr. Rolão Preto.

O Arcádia, que foi dirigido pela família Salavisa, era café e restaurante e tinha uma sala de bilhares ao lado, onde a estudantada dava tacadas e chumbava os anos lectivos. Na parte superior, do lado esquerdo do balcão, reunia-se a família MDP-CDE, nomeadamente, o Dr. Vasco Silva e o Carlos Vale. E tantos outros, cujos nomes já esqueci, que tinham o hábito da discussão e da leitura.

Para terminar este breve apontamento, quero aqui lembrar o funeral do Luís Geirinhas, filho do Dr. Vasco Silva, que constituiu uma grande manifestação cívica naquele princípio de Outono de 1971. Não tenho memória de tão grande e sentida manifestação de pesar em Castelo Branco.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

CASTELO BRANCO - 3


Santa Iria de Azóia, 3 de Dezembro de 2007 – E continuando a falar de Castelo Branco, quero aqui rememorar o dia 1º de Dezembro dos anos de 1965 e 1966, em que desfilei pelas ruas da cidade, até à Sé, com a farda da Mocidade Portuguesa: camisa verde, meias, calção e bivaque castanhos e o célebre cinto com o S. Não sei se os sapatos também eram da praxe ou se eram uns quaisquer. E lá íamos nós, pobres crianças, quais soldadinhos, entoando o “Cá vamos cantando e rindo!”.

É evidente que a garotada não tinha qualquer consciência do que ali estava a representar, sob a direcção de Comandantes de Castelo e Comandantes de Bandeira. Tenho dúvidas se os Ferro, nomeadamente o João, tinham grande consciência da coisa. Já do Carlos Rosado e de um Mário que foi empregado na PSP de Castelo Branco, tenho opinião diferente. Eram bastante mais velhos e comandavam o pequeno exército com grande convicção.

Na Sé gelada, a bater o tarau, a malta assistia à missa, que, creio, era de acção de graças pela restauração da independência nacional. Lembro-me perfeitamente de ter estremecido, num dado momento da celebração litúrgica, quando se fizeram ouvir os clarins militares, que, naquele ambiente de religiosa serenidade, emprestavam uma nota guerreira à celebração.

E depois era de novo formar e voltar a marchar até à Escola Comercial e Industrial. Isto para os da Escola, porque os do Liceu tinham o seu desfile autónomo. No 1º de Dezembro, com um frio de rachar.

domingo, dezembro 02, 2007

CASTELO BRANCO -2


Santa Iria de Azóia, 2 de Dezembro de 2007 – Por muitas voltas que se dê ao texto, Castelo Branco, apesar do crescimento dos últimos quarenta anos, não ganhou novas centralidades dignas de nota. A Castelo Branco interessante, e que conquista a retina do viajante, é a da Alameda da Liberdade e Campo da Pátria e a dos edifícios dos Paços do Concelho, Governo Civil e Palácio da Justiça. E ainda a Caixa Geral de Depósitos, que para ali ficou sozinha depois da demolição do Hotel de Turismo, o antigo Cavalaria-8 e o Cine-Teatro Avenida.

Dir-me-ão que uma cidade é muito mais do que um conjunto arquitectónico. Esta é uma das verdades que não posso contestar, porque a actividade económica está hoje muito concentrada a sul e a sudoeste da cidade. No entanto, as jóias do comércio retalhista continuam a ser a General Humberto Delgado, a Primeiro de Maio, a Nuno Álvares Pereira, todas avenidas, a Rua D. Dinis e a Rua da Sé. E é também neste centro, beneficiado com o programa Polis, que agora podemos, tal como no passado, encontrar os melhores cafés.

Uma passagem de carro pelo Largo da Sé mostra-nos aquela zona sempre em obras, ora o edifício dos CTT (velho), ora o antigo Tribunal e depois Conservatório. As inevitáveis obras, sempre necessárias e atrasadas, mas que atrapalham e desfeiam a cidade. O Jardim do Paço – o ex-libris da cidade -, e o Parque Municipal continuam bem cuidados. O mesmo não se poderá dizer da Praça Velha, onde de imediato se constata um enorme desleixo.

E aqui ficam estas impressões, por hoje, que outras se seguirão futuramente. Há amores que duram a vida inteira!

sábado, dezembro 01, 2007

CASTELO BRANCO


Castelo Branco, 30 de Novembro de 2007 – Castelo Branco é uma cidade de muito frio e calor. No entanto, os seis graus às oito horas da manhã são menos frios que os nove ou os dez da região de Lisboa e de outras zonas do litoral. E quando, por volta do meio-dia, os termómetros registarem os onze ou doze, o cachecol e o sobretudo tornam-se desnecessários.

Passei de carro às 8H30 junto à Escola Secundária de Amato Lusitano, que já foi Escola Comercial e Industrial de Castelo Branco, onde frequentei, nos idos de sessenta, o Curso Geral do Comércio. Dezenas e dezenas de estudantes ao portão, porque lá dentro nem vivalma. Era dia de greve da Função Pública e a adesão cifrar-se-ia não numa percentagem falaciosa, mas num eloquente “de portas fechadas”.

Por volta das nove horas, já com o sol a doirar o Palácio de Justiça e o edifício do Governo Civil, nota-se que esta sexta-feira em tudo se assemelha a uma manhã de domingo. A Alameda dos Mártires da Pátria, agora liberta do trânsito automóvel e entregue aos peões, surpreende o visitante pela serenidade. Até na Belar, que foi outrora pastelaria afamada, onde pontificavam estudantes, professores e profissionais livres, é agora uma pastelaria pacata, onde o casal Marçal chega e sobra para as encomendas.

Há anos que não passava uma manhã em Castelo Branco. Hoje matei saudades do espaço físico onde cresci e recordei algumas pessoas que constituíram o espaço cívico que me ajudaram a moldar o carácter: Vasco Silva, em primeiro lugar, Manuel João Vieira, António Matos Pereira, Carlos Vale, Mário Barreto - a ordem agora já é arbitrária -, etc.

Doeu-me ver “A Assembleia”, por cima da antiga Chapelaria da Moda (que era do avô dos meus amigos Zé Rufino e Luís Manso), votada ao abandono, e, muito provavelmente à demolição. Foi ali que, antes do 25 de Abril, se fizeram audições de música clássica e de jazz com o José Duarte. E lançamentos de livros e outras manifestações culturais, políticas e sociais. E agora está ao abandono.

Apesar de tudo, Castelo Branco continua uma cidade única!

LIVRARTE (LIVROS E ARTE)






















DOM SEBASTIÃO (SONETO PORTUGUÊS) - 5

Pobre rei Sebastião,
Que ninguém viu cair,
Naquele dia de V’rão,
Lá, em Alcácer – Quibir.
Provavelmente sepulto,
No quentíssimo deserto,
Deixou Portugal de luto
E com o destino incerto.
Bravo serias, ó rei!:
Bravo, forte e valente;
Porém, conduziste a grei
-A melhor da tua gente
A tão severa derrota,
que apagaste Aljubarrota.