Alhandra vista de Trancoso (S. João dos Montes)
Santa Iria de Azóia, 16 de Maio de 2012 – Portugal, este belo país que amo e sou, está a tornar-se um lugar inóspito. Dir-se-ia que este velho rincão, outrora habitado por um povo hospitaleiro, se transformou um sítio melancólico, soturno, crepuscular.
Por obra e graça de meia dúzia de alimárias, nacionais e estrangeiras, que, revelando o mais acabado desprezo por todo um povo, Portugal está a regredir para níveis ainda recentemente inimagináveis. E diz-se – e sabe-se que a coisa não vai ficar por aqui! – que medidas mais gravosas hão-de chegar e que o desemprego vai continuar a crescer.
O medo vai-se instalando. Há horas atrás ouvi um jovem dize, quase com lágrimas nos olhos, que a sua mulher vai ficar desempregada após o términus da licença de maternidade, que o seu salário já baixou por mútuo consentimento, que não sabe o que vai fazer à vida.
Pois. O problema radica aqui: o povo não sabe, ou começa a não saber, o que há-de fazer com a vida. Imunes a esta tempestade, só mesmo os sobrinhos dos tios que, por enquanto, mandam em Portugal. Eu fui mandar lançar os búzios e sei que a coisa vai mudar. É só uma questão de tempo e de muito sofrimento.
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