quinta-feira, abril 26, 2007

CRAVO DE ABRIL

Dizer que o cravo murchou
É uma mera opinião.
Quem jamais Abril amou
Não o traz no coração.

O meu cravo é encarnado
E vive dentro de mim.
Gosta de ser celebrado,
Sempre longe do jardim.

É o cravo da liberdade
que deu cor aquele Abril,
e que um dia ainda há-de
trazer-nos ‘speranças mil.

quarta-feira, abril 25, 2007

DATADAS - II

As OPA (s) do ti Belmiro,
Não são opas de vestir.
Este homem, que tanto admiro,
Até faz as pedras florir.

Floresce o grupo Sonae
Tão vertiginosamente,
Que produz lucros num ai
Encantando toda gente.

Só Portugal permanece
na cauda da velha Europa.
Será que quem enriquece,
tem respeitinho p’la tropa?

Portugal merece mais
Respeito e dedicação.
Há por aí uns pardais
que comem tudo grão a grão.

domingo, abril 22, 2007

DATADAS - I

Vêm com atraso? Paciência.


O senhor Pinto de Sousa
Vem hoje à televisão.
E será que o homem ousa
Explicar tudo à Nação?

*

Há-de vir com falas graves
Pôr água na fervura,
Mas terá muitos entraves
A fazer-lhe a vida dura.


*

Sócrates merece bem
Levar muita tanganhada.
Mas, vindo esta donde vem,
Não nos serve para nada.

*

Um dia há-de levar
Bengaladas merecidas
Por direitos retirar,
P’las promessas não cumpridas.

*

quinta-feira, abril 19, 2007

VEM, GEORGES!.(NOVA VERSÃO)

Vem, Georges! Vem conhecer Portugal, castiço e arrebatado! Vem, Georges, vem ver como os portugueses nem sempre são alegres e hospitaleiros!

Vem, Georges! Vem conhecer o país das missas e das procissões, das festas e das romarias, de toques a rebate e de valentes multidões justiceiras!

Vem, georges! Vem conhecer o país que outrora foi de naus e marinheiros, tolerante e ecuménico, e que agora vive de mexericos e fidelidades caninas!

Vem, Georges, conhecer este país intolerante e canalha!

quarta-feira, abril 18, 2007

NÃO VENHAS, GEORGES!

Não venhas, Georges!

Não venhas ver o meu país,
que outrora foi das naus
de armadas
e de frotas.

E agora,
é um apagada e vil tristeza
onde só o mexerico rende
a par com a mais vil esperteza.

Peço-te, nobremente,
nesta língua,
que de Camões foi,
que não venhas, Georges!

Não venhas, Georges!

quarta-feira, abril 11, 2007

QUADRAS

Uma quadra bem urdida,
Na mais pura tradição,
Tem de ter justa medida,
Sentimento e emoção.

*

Portugal é ‘ma desgraça
E de aldrabões bom retiro.
O povo vive com traça,
Enriquece o ti Belmiro.

*

Inda conheci Lisboa,
No falar bem colorida.
Era urbe franca e boa,
Muito alegre e divertida.

*

Ia-se à Feira Popular
Pelo cheiro da sardinha.
E as criadas namorar,
Quando vinham da terrinha.

*

Que é feito do bom tintol
Das tascas d’antigamente?
Canta, canta rouxinol,
Que anda triste a nossa gente.

*

Castelo Branco tem praia,
Disseram na tel(e)visão.
E a boa gente da raia
Vem a banhos de excursão.

segunda-feira, abril 02, 2007

FRAGMENTOS DO MEU DIÁRIO

Será que o senhor Paulo de Azevedo vai cumprir a promessa, depois das peripécias da OPA lançada sobre a PT?
Santa Iria de Azóia, 13 de Novembro de 2000 - Um tal Paulo Azevedo, que não sei quem seja, ameaça, segundo o “Expresso” de sábado, abandonar Portugal, se não lhe derem uma parte no negócio das telecomunicações(?).

Já escrevi neste Diário que o patriotismo é um sentimento das classes populares. O povoléu é que se entretém com os negócios estéreis de lutar por territórios e por pátrias, As pessoas bem-nascidas dedicam-se a negócios outros, mais produtivos e agradáveis. São eles que tudo dominam. Escolhem os governadores a seu bel-prazer, mesmo que tenham de os submeter a uma pretensa escolha popular. Vejamos: Balsemão é dono do “Expresso” ( de algumas publicações mundanas) e da SIC; Azevedo(s) é dono do “Público” e mexe com as telecomunicações e com a distribuição alimentar; a PT, que neste momento não sei ao certo de quem é, é dona do “DN”, da “TSF”, do “Jornal de Notícias”, do “Jornal do Fundão”, de quase todas as salas de cinema do país, etc. É esta gente que decide quem nos governa. É esta gente que suga as tetas da pátria até ao tutano. É esta gente quem come tudo e não deixa nada, como cantava o saudoso José Afonso. E é esta gente que, quando não é apaparicada como julga merecer, ameaça desertar. Que desertem, pois, todos estes patriotas do cifrão, que fazem tanta falta como uma viola num enterro. Porque outros virão para sugar a teta da pátria até ao tutano.

Refractários a ideais nobres, os grandes senhores tratam a pátria como uma vulgar prostituta. Servem-se dela enquanto precisam e renegam-na logo que se apanham servidos. Decididamente, o patriotismo é um sentimento do povoléu estulto, boçal e inculto.