Charneca da Cotovia, 3 de Junho de 2012 – Eu nem sequer conheço a cara de um tal Fernando Leal da Costa, que, segundo o jornal “O Público”, é secretário de Estado adjunto e da Saúde. Segundo o jornal, o senhor, que não sei se é médico oncologista ou de outra especialidade qualquer, terá admitido publicamente que algumas terapias de “eficácia duvidosa” (as aspas são d’ “O Público”, usadas em tratamentos oncológicos poderão deixar de ser comparticipadas pelo SNS.
Contra a secretarial opinião, que de Estado algo poderá ter, mas que foge aos mais estritos valores humanos, já se terão pronunciado a Ordem dos Médicos e duas Associações de Doentes Oncológicos. Não conheço a cara do criterioso adjunto da (dês)governação, repito, mas as suas ideias, repudiadas por quem sabe e por quem sofre, se forem verdadeiras, são feias e arrogantes. Só os médicos oncologistas e a sua organização de classe sabem o que conta na luta contra a morte que travam milhares de portugueses. Licenciados em economia e gestão de empresas, quando muito, saberão contar até dez e vamos lá ver se sem gaguejarem. Não sei qual é a formação do senhor, nem isso interessa para o caso, mas tem formação – ou com ela concorda - na área do corte-aqui-corte-ali, que a “troika” e os seus “troikaníssimos” chefes defendem.
Eu pago impostos, muitos impostos, impostos excessivos e desumanos. Constato o facto, mas não deixarei de cumprir com as minhas obrigações perante a sociedade. Gostava, no entanto, que o meu dinheiro fosse gasto com a sociedade que precisa e não para encher os bolsos dos próceres deste regime de curandeiros. A insensibilidade destes governantes, que apenas sabem olhar – e quantas vezes mal – para mapas feitos em folhas de “excel”, choca as pessoas bem formadas e que sempre pagaram os seus impostos e não andaram a roubar Portugal e os portugueses.
Sem comentários:
Enviar um comentário