COMO SE FOSSE ONTEM
Eu guardo ainda, intactos, os odores dos frutos, dependurados no tecto da sala da casa de meus avós paternos: maçãs, cachos de uvas, dióspiros e romãs, que comíamos com parcimónia e que eram para nós os melhores frutos do mundo.
Eu guardo ainda, intactos, os timbres das vozes de todos os entes queridos, que se sentavam à volta da braseira, no centro da pequena sala, juntinhos, nos longos serões do Outono e do Inverno, à luz da candeia.
Eu guardo ainda, intactas, as histórias pueris que meu pai me contava e que fizeram a minha infância feliz.
Há tanto, tanto tempo…
COMO SE FOSSE ONTEM (NOVA VERSÃO)
No fim do Outono e no Inverno, quando o frio apertava, era à volta da braseira que a nossa família se reunia e conversava.
Na sala exígua, havia duas arcas, onde tudo se guardava e as minhas tias – oh, eram tão novas ainda! -, se sentavam para namorar sob o olhar atento e severo de minha avó.
No tecto de madeira, havia maçãs, cachos de uvas, diospiros e romãs, dependurados, que comíamos com parcimónia e que eram os melhores frutos do mundo.
Era neste ambiente, que eu ouvia, feliz, as lindas histórias pueris, que meu pai contava.
Foi há tanto, tanto tempo…
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