Nas manhãs de Junho,
quando o sol tudo doirava,
a nossa casa era também
a sombra da oliveira
do outro lado da rua.
Guardo memória, mãe!,
da nossa rua térrea
e vejo-te jovem
algodão dobando
à sombra da oliveira
do outro lado da rua.
Nas manhãs de Junho,
quando o trigo amadurecia
e eu brincava brincava
à sombra da oliveira
do outro lado da rua.
Fazia-te mil perguntas
- mil ou muitas mais -
e tu respondias sem enfado
à sombra da oliveira
do outro lado da rua.
E eu era feliz
e tu eras feliz, mãe!,
à sombra da oliveira
do outro lado da rua.
Do outro lado da rua
à sombra da oliveira.
4 comentários:
É um belo poema de infância e sobre a infância! Sem dúvida, um bom poema! Gostei muito!!
Um beijo da tua filha e leitora,
Filipa M. Barata
A infância...a nossa infância...
Um grande abraço, Manuel:)
Lindissíma viagem à infância Manuel. Muito bonito e tão doce.
Caríssimos comentadores,
Agradeço a todos, a todos sem excepção, à Filipa, ao Zé e à Alex, os comentários com que me distinguiram.
Os estímulos não saõ definitivos, mas ajudam-nos a prosseguir este ideal. A poesia, para mim, creiam-me, é um ideal e também um modo de encarar a vida e o mundo.
Abraços e beijos,
Manuel
PS- Da Alemanha chegou até esta casa um comentário da Sofia, filha do meu grande amigo Silvestre Figueiredo, que não me conhecia por Manuel da Mata.
A Sofia queria saber quem eu era e o que sabia acerca do pai. Agora está tudo esclarecido e vamos ver-nos no próximo Natal.
Maravilhoso!!!
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