terça-feira, outubro 02, 2007

DO MEU DIÁRIO

Santa Iria de Azóia, 2 de Outubro de 2007 – António Coimbra era, obviamente, António Coimbra Martins, professor na Sorbonne e queirosiano com algum mérito. Recebeu-nos uma vez, quando lhe propusemos a edição de uma revista bilingue de temas portugueses. Exilado, mas já a pensar no regresso, estava ali para viver a sua “aurea mediocritas”, calmamente e sem riscos. A Revolução(?) de Abril fê-lo deputado e não sei se ministro. Entretanto, passou o seu prazo de validade para a política.

Nesse Varão, o Verão de todos os Martins, apareceram o P. Álvaro e o Joaquim Leonardo, este último ainda estudante de História. O Joaquim encontrei-o muitas vezes, anos depois, em Castelo Branco, onde tem sido professor e autarca. O Álvaro Martins encontrei-o vinte e cinco anos mais tarde, durante as cerimónias fúnebres de um amigo, no cemitério de Carnide, em Lisboa.

Reconheci-o pela voz e já não era o P. Álvaro que conheci na capital francesa, magro e jovem, que me lembro de ter exclamado a meio da ponte “Saint Michel”: “ estamos no centro do mundo!” Imaginei-o muitas vezes despadrado, ao longo dos anos. Mas não! E ali estava à minha frente, com os paramentos adequados para a celebração das cerimónias fúnebres do Jorge Silva. Não o voltei a ver. É o pároco da freguesia lisboeta da Ameixoeira.

Estes encontros aconteciam no “foyer” da Aliança Francesa, que também frequentei até ao 5º grau, mas que abandonei para me dedicar a outras matérias. Na verdade, poder-se-á dizer com todo o rigor, que era ali, na “Rue Fleurus”, que liga o Boulevard Raspail ao jardim do Luxembourg, que se podia encontrar gente de todo o mundo: europeus, americanos, africanos e asiáticos. Resumindo: o mundo!, através das pessoas.

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1 comentário:

LM,paris disse...

olà manuel, bonjour rue de Fleurus!
Ce n'est pas mon quartier, mais je l'aime bien, à cause du jardin du Luxembourg.
Eu sei que ali haviam tertùlias, soube plo Benjamim Marques que ainda hoje me dà encontro no Select, ou num outro OLd Navigateur...kéke chose commo ça...pois, eu nao gritei no meio do POnt St Michel...mas a primeira coisa que fiz foi tirar os sapatos e atravessar le Pont-Neuf, se ninguém me parasse a dizer " é proibido " como acontecia em Liisboa...eu ficava.
Adivinha? Nem deram por isso...
mas foi assim o meu baptismo, sentir os pés na terra alheia que era a dos direitos do homem, também me apercebi que era , como todas as dos direitos do homem...tout court!
O meu lado feminista nao pode deixar de gueuler!!!Nao fiquei com muito tempo pra me aperceber que nas Belas-Artes com tanta liberdade sexual dos Maios 68, o que acontecia mais eram violaçoes em vez de gozaçoes!!!Eu tinha passado à la casserolle como se diz aqui, logo no primeiro dia, se nao tivesse aquele mau feitio de que me posso gabar..pois jà me tirou de algumas dificeis que acontecem com as mulheres que andam a fazer pla vida.
Essas sao tristes memorias, quem sabe manuel, o meu diario, o seu, duas conjgaçoes de miudos...que andavam por Paris e que viveram belas e complicads coisas.
Esse copo no Luxembourg, a cervejinha na Coupole...nao?
Até jà, beijinhos de Paris
LM