Lisboa, 7 de Maio de 2008 – No Maio de 68, estava à espera de fazer dezasseis anos e vivia, feliz e sem grandes sobressaltos, no nº 21 da Rua de Santo António, na pacata cidade de Castelo Branco. Frequentava o curso Geral do Comércio, jogava à bola em vários sítios com a maralha da escola e matraquilhos, na quelha das traseiras do café Lusitânia, que naquela época era frequentado pelas putas da cidade. E bilhar também, nessa grande escola que era o salão de jogos do Arcádia.
Meu pai, que já fizera a sua estreia como emigrante, em França, regressara a Portugal; porém, no princípio do ano seguinte havia de voltar de novo àquele país, onde permaneceu até ao Verão de 73. Minha mãe, que nunca temeu o trabalho, tinha vários hóspedes ao seu cuidado e ainda fazia umas horitas, aqui e ali, para aconchegar o orçamento familiar. Eu já frequentava a JOC, onde conheci excelentes padres e aprendi a jogar ténis de mesa.
Os relatos do Maio de 68, que ouvia na rádio, enchiam-me de alegria. Mas esta alegria radicava mais numa genuína vontade de ver o mundo de pantanas do que numa consciência política, que, efectivamente, não tinha. Ouvia as notícias com o mesmo entusiasmo com que lia os libérrimos livros do Vilhena, que a brigada “Patilhas-Ventoínhas” apreendia no Vidal, onde trabalhava o meu amigo Zé Fernandes.
O ano seguinte, esse sim, havia de ser determinante na minha vida, como determinante foi para milhares e milhares de portugueses. As eleições de 69 para a Assembleia Nacional, e a consequente mobilização levada a cabo pela CDE, deram um novo e decisivo rumo à minha vida.
Porém, como cantou a Piaff, “Je ne regrette rien!”.
Meu pai, que já fizera a sua estreia como emigrante, em França, regressara a Portugal; porém, no princípio do ano seguinte havia de voltar de novo àquele país, onde permaneceu até ao Verão de 73. Minha mãe, que nunca temeu o trabalho, tinha vários hóspedes ao seu cuidado e ainda fazia umas horitas, aqui e ali, para aconchegar o orçamento familiar. Eu já frequentava a JOC, onde conheci excelentes padres e aprendi a jogar ténis de mesa.
Os relatos do Maio de 68, que ouvia na rádio, enchiam-me de alegria. Mas esta alegria radicava mais numa genuína vontade de ver o mundo de pantanas do que numa consciência política, que, efectivamente, não tinha. Ouvia as notícias com o mesmo entusiasmo com que lia os libérrimos livros do Vilhena, que a brigada “Patilhas-Ventoínhas” apreendia no Vidal, onde trabalhava o meu amigo Zé Fernandes.
O ano seguinte, esse sim, havia de ser determinante na minha vida, como determinante foi para milhares e milhares de portugueses. As eleições de 69 para a Assembleia Nacional, e a consequente mobilização levada a cabo pela CDE, deram um novo e decisivo rumo à minha vida.
Porém, como cantou a Piaff, “Je ne regrette rien!”.
2 comentários:
Cher ami manuel,
que bom ler estes seus contos de vida, gosto muito. E jà agora...hà muito que nao jogo ping-pong...
mas era campea de nada ,mas ganhava os meus amigos rapazes, so o meu irmao é que nao! Era um às!
Bom, quando vamos a essa desforra...?
LM contra MM, et Paris sera avec nous deux!
bjos da sua amiga LM
Merci pour les provérbios...adorei!!!
Amiga Lídia,
Obrigado pelo comentário. As suas palavras, que vêm do coração,
dão muita força. Ainda bem que a tenho como leitora da minha espécie de diário, da minha espécie de memórias, da minha espécie de romance pessoal, contado em minúsculos folhetins.
Bem haja, minha amiga. Um bom fim-de-semana e um beijinho do,
Manuel
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