Malveira, 26 de Novembro de 2002 – A Malveira, para dizer a verdade, já não é o que era. Transferida a feira para longe do Largo, dir-se-ia que acabaram com a vida a esta vila saloia, em cujo cemitério repousa Beatriz Costa, celebrizada pela franjinha e pelo sorriso gaiato.
Era natural de uma das localidades da freguesia da Malveira e nesta quis ficar sepultada, logo à entrada, tornando-se do cemitério o verdadeiro ex-libris, se é que assim se pode falar de mortos e cemitérios.
É verdade que o Largo já não chegava para as encomendas e que se tropeçava frequentemente nas espias das tendas dos vendedores. De qualquer modo, no meio daquela desordem – ou caos – havia uma certa ordem ou o princípio de uma certa ordem, que emprestava uma peculiaridade cativante a esta vila marcadamente rural, mas onde confluíam e confluem comerciantes de todo o país. Agora a coisa está arrumadinha num cantinho, tudo muito certinho, mas sem ponta de graça. Beatriz Costa havia de encontrar a ideia espatafúrdia e havia de o dizer alto e bom som, entre duas saborosas gargalhadas.
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