A Igreja Católica é, indiscutivelmente, a instituição mais antiga e estável de Portugal. E também aquela que mais influencia toda a vida da nossa sociedade. São-lhes reconhecidos e outorgados incontáveis privilégios.
Durante quase nove séculos, a Igreja Católica tem interferido na vida de Portugal, mais ou menos a seu bel-prazer, tomando sempre partido ao lado dos detentores do mando. Os períodos de menos influência confirmam apenas a regra. Daí que esta vetusta senhora se permita interferir na vida do país de forma intolerável. É agora o caso, em vésperas de um referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez.
A grande dama, que conhece como ninguém as engenharias de manipulação das almas, propaga aos sete ventos o seu apego à vida humana. E no entanto, não mexe uma palha para ajudar a resolver a pandemia que dizima as populações africanas e que dá pelo nome de HIV. Bastaria que, tolerante, aconselhasse o uso do preservativo.
A Igreja Católica, permanentemente alinhada ao lado dos segmentos mais conservadores da sociedade portuguesa – e quiçá minoritários -, ao imiscuir-se tão profunda e apaixonadamente na questão do aborto, desrespeita os defensores do sim e coloca-se em posição de ser desrespeitada. Está a badalar de mais.
Só quem respeita merece respeito!
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