Santa Iria de Azóia, 23 de Junho de 2012 – António Salvado – poeta, ensaísta, antologiador e museólogo -, é um nome incontornável da vida cultural de Castelo Branco, a sua terra natal, e de toda a Beira Baixa.
Ontem, um amigo comum, o poeta José Antunes Ribeiro, brindou-me com dois Salvado (deixem lá a metonímia) de peso, a antologia de AUTORES NASCIDOS NO DISTRITO DE CASTELO BRANCO (Século XV a 1908) e Na eira da Beira (edição comemorativa do cinquentenário da vida literária de António Salvado), que já folheei e que hei-de ler, proximamente, com a devida atenção.
A generosidade do José Antunes Ribeiro é, portanto, a responsável por estas linhas e pelo belíssimo poema que aqui transcrevo de NA eira da Beira:
Albicast(r)o
Onde as pedras desenham a encosta
e as oliveiras testemunham a paz.
Uma linha de luz que freme e rola
na solidão do longe ao lado larga.
As fréseas da infância no sol-posto
como poema anterior à escrita,
e entre graranito o amanhecer: o sopro
calmo das velhas ruas velhos sítios.
Amuralhada no seu estar dormida
de branco lenço ao peito a castelar -
uns olhos ficam tristes por partir,
uns olhos partem tristes por ficar.
Nota: ambas as obras têm a chancela de Arion Publicações, Lda.
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