segunda-feira, junho 30, 2008

DO MEU DIÁRIO

Sacavém, 30 de Junho de 2008 – O rei de Espanha, ou das Espanhas, ontem, não tomou parte na peleja, em Viena. E nem sequer, através de um plebeu telemóvel, comandou as suas tropas. Delegou esta suprema competência no condestável Luís Aragonês, que dirigiu o minúsculo exército espanhol, que derrotou a poderosa Alemanha, mas que tinha igual número de guerreiros.

No final da batalha, que a Espanha ganhou com indiscutível galhardia, não havia baixas a lamentar e as bandeiras de Espanha foram saiotes e camisas que os moços vencedores ousaram usar com patriótica alegria.

O rei de Espanha, e de uma parte significativa dos espanhóis, porque há quem diga que os nossos “hermanos” são maioritariamente republicanos, ainda que “juancarlistas”, sem arnês, sem cavalo e sem lança ganhou a batalha; e, ao lado de Platini, cumprimentou, um a um, os vencidos e os vencedores, num gesto de grande magnanimidade.

Casilhas, o grande capitão, teve o privilégio de ser publicamente osculado pela rainha, grega como o Zorba, e que os espanhóis muito amam, num gesto provavelmente irrepetível. É que não é todos os dias que a grande poesia futebolística se exibe nos grandes palcos do mundo. Jorge Valdano deve ter vertido uma lágrima comovida.


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