sexta-feira, janeiro 18, 2008

DO MEU DIÁRIO


Moscavide, 18 de Janeiro de 2008 – O cidadão pouco familiarizado com as questões administrativas e que não resida nas imediações de Moscavide, terá muitas dificuldades em enquadrar este freguesia no concelho de Loures. O clube de futebol da terra é o Olivais e Moscavide, o que significa que o partilha com a lisboeta freguesia de Santa Maria dos Olivais. Mas Moscavide é ainda o início e o fim de diversas carreiras da Carris. E isto para não falar da divisória, que o povo apelida de estrada de Moscavide.

Seja como for, Moscavide é uma freguesia recente, de traçado mais ou menos pombalino, no que às ruas diz respeito, se atendermos ao seu conjunto de paralelas e perpendiculares. E foi, até ao advento do Parque das Nações, uma localidade com um sector comercial bastante forte, porque era ponto de passagem para quem utilizava os transportes públicos, vindo das freguesias da zona oriental de Loures e do concelho de Vila Franca. A Gare do Oriente e a ampliação da rede de metropolitano, roubaram a Moscavide o seu cunho de ponto de encontro e de passagem.

O Parque das Nações fechou e abriu, simultaneamente, Moscavide. Ainda que tenha ganho uma faixa de terreno no Parque das Nações, ou seja, a área compreendida numa linha que une a Praça José Queirós à Torre Vasco da Gama e outra, a norte, que passa pela rotunda grande, que dá acesso à ao IC2, a Sacavém e à E.N.10, e passa nos limites da antiga Fábrica de Material de Guerra, Moscavide tornou-se uma espécie de condomínio fechado, onde é difícil de estacionar e onde cada vez se vai menos.

Trabalhei dez anos em Moscavide e ali conservo muitos amigos. O Célio que se debate com a doença, o Zé Caetano, a Custódia e a Lina, o Hélder, O Carlos Garcia, a Filomena Capelo, etc. Isto para falar de amigos, porque… porque conhecidos são às dezenas. E por isso vivo num vaivém permanente com esta terra, apesar de lhe apontar um urbanismo medíocre e uma crónica falta de higiene. Costumo dizer que é a única terra do mundo onde os peões andam nas ruas e os cães nos passeios.

3 comentários:

LM,paris disse...

Bonsoir Manuel, Moscavide, quase que nasci là, vivemos alguns anos nao me lembro da rua...Capitao Leitao, seria?A minha familia eram todos dali, Xabregas, Poço do Bispo...
antigas memorias. Beijos,
LM

Manuel da Mata disse...

Bonjour Lídia,

A rua Capitão Leitão é nas proximidades do Poço do Bispo, sim.
Fico contente por poder encontrar. nos meus textos, nomes de terras ou sítios que lhe foram familiares.
Apesar da requalificação trazida pela EXPO-98, a Zona Oriental de Lisboa ainda conserva muitos dos traços que transitaram do séc. XIX. Garrett nas "Viagens"
fala da Lisboa oriental.
Bom digo - espero que com muito sol -, aó no Marrais.
Beijinhos.
Manuel

LM,paris disse...

olà, voltei aqui porque me lembrei de lhe dizer que a minha bisavo materna, criou a minha mae no convento do Beato, era ela a guardia do convento.
Eu ia là em miuda e lembro-me do cheiro da cozinha enorme...a fabrica do sabao era o proprietario daquilo tudo. Havia um grupo de carolas que faziam teatro e cantavam operazitas, a minha mae, pai( o desafinado , diz a minha mae...) e tio( o tal que mais tarde, trabalhou com o Leao de Castro), e muitos outros operarios ali se reuniam e cantavam. a minha tia casou-se là e foi ali, naquele palco...que eu cantei uma cançaozinha! POsso provar...tenho a foto!
Falta-me um dente à frente e cantava com a boca bem aberta:
" Jà passei a roupa a ferro...e o Manel é meu marido".
Foi ali que começei...quem vê o Convento hoje!O Oriental era o clube deles todos até foi o meu em miuda!A malta era toda dali, embora uns viessem de Galiza, outros de Seia, de Torres Vedras...
abraços, LM