Santa Iria de Azóia, 11 de Janeiro de 2008 – Ao contrário de muita gente, não andei a ler os livros mais badalados de Luiz Pacheco, para ter uma ideia na hora em que o coração lhe falhou definitivamente. E nem sequer li jornais nos últimos dias. Li um excelente texto do Daniel Abrunheiro, no “canildodaniel”, e o discurso de José Casanova, que Vítor Dias publicou em “o tempo das cerejas”.
Peguei nas Cartas na Mesa, da editora escritor, onde estão reunidas as cartas escritas por Pacheco a Serafim Ferreira. E também nestas cartas, ou sobretudo nestas cartas, o autor de Comunidade, dá-nos de si o melhor de todos os retratos, apesar da síntese do Daniel, que tomo a liberdade de aqui reproduzir: “ escritor, libertino, bissexual (ou era, que a idade tudo pendura…), má-língua-sem-papas-na-mesma, certeiro, danado, assertivo, cru, visceral, afiado, justo, injusto, amante, claro, obscuro.”
E já agora, para aguçar a curiosidade do Zé Ribeiro, deixo-lhe aqui este parágrafo da carta nº 16: “Você outro dia tinha razão: não devo receber mais conservas do Algarve Exportador. O Agostinho Fernandes não achou piada àquilo, tomou-o como acintoso. Neste País, debaixo-acima, é tudo acintoso quanto não seja elogioso – que se lixem!” E já agora, também para o Zé: numa das cartas há uma referência à Ulmeiro, a propósito de um livro do Raul de Carvalho.
Aos vivos citados neste Diário, e também à Lídia em, Paris, desejo um bom fim-de-semana. E boas leituras.
Peguei nas Cartas na Mesa, da editora escritor, onde estão reunidas as cartas escritas por Pacheco a Serafim Ferreira. E também nestas cartas, ou sobretudo nestas cartas, o autor de Comunidade, dá-nos de si o melhor de todos os retratos, apesar da síntese do Daniel, que tomo a liberdade de aqui reproduzir: “ escritor, libertino, bissexual (ou era, que a idade tudo pendura…), má-língua-sem-papas-na-mesma, certeiro, danado, assertivo, cru, visceral, afiado, justo, injusto, amante, claro, obscuro.”
E já agora, para aguçar a curiosidade do Zé Ribeiro, deixo-lhe aqui este parágrafo da carta nº 16: “Você outro dia tinha razão: não devo receber mais conservas do Algarve Exportador. O Agostinho Fernandes não achou piada àquilo, tomou-o como acintoso. Neste País, debaixo-acima, é tudo acintoso quanto não seja elogioso – que se lixem!” E já agora, também para o Zé: numa das cartas há uma referência à Ulmeiro, a propósito de um livro do Raul de Carvalho.
Aos vivos citados neste Diário, e também à Lídia em, Paris, desejo um bom fim-de-semana. E boas leituras.
4 comentários:
Era um gajo de livros, como nós somos, pachecais menos embora (felizmente...).
Bonsoir!
Merci, leituras nao faltam, cartas também nao...teatro serà para amanha, uma peça do Victor Hugo!!!!
Depois conto. Um fim de semana com sol, aqui està frio e humido, e nao hà sol.
Ciao,
lidia
O Daniel tem muita razão. Ele, o Pacheco, era um gajo de livros...às vezes, como esses gajos, não batia bem da bola!...Mas a irreverência, a sua ternura e também a sua filha-de-putice...são muito humanas, afinal!
Deve haver outras referências dele à Ulmeiro. Fui reler essa da "Poesia Instante", do Raul de Carvalho, poeta hoje esquecido, mas grande poeta. Apanhei com ele o maior susto da minha vida de editor! Não é nada do que estão a pensar...vá! Um dia, numa das suas visitas à minha celebrada cavezinha, deu um tombo do outro mundo e lá fomos de charola tratar o enorme galo na testa...Coisas de poetas...distraídos!
Um abraço ao pessoal do nosso clube privado mais público do mundo...não é Daniel?
Não escrevo B.F.S. porque leio sempre Boas Fodas!...Esta fica como homeenagem ao Pacheco!
eheheheh
gostei dessa, Zé!
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