Santa Iria de Azóia, 12 de Abril de 2011 – Nunca fui um homem com grandes certezas, ainda que, desde a minha juventude, me tenha posicionado à esquerda e na esquerda continue. É que para mim é um imperativo moral ser de esquerda, porque só esta olha para os mais desprotegidos com olhos muito combativos e nada caridosos.
Tenho a certeza que pouca gente lê este meu Diário, porque quer no meu blogue, quer na ligação que estabeleço entre este e uma rede social, pouca gente se pronuncia. Às vezes é o total silêncio, apesar de ter consciência que me exprimo num português quase imaculado. No entanto, vou perseverando, porque a teimosia está inscrita no meu código genético. Passe o lugar- comum, quem sai aos seus não degenera.
Hoje é um dia muito especial. Temos de novo entre portas o bondoso FMI, que chegou para nos resgatar. É um pouco como as tropas francesas em África. De quando em vez, lá vão repor a democracia, trocando um ditador por outro. Aqui é uma organização agiota, que ajudámos a fundar, que vem substituir-se aos outros agiotas todos, porque a agiotagem já estava a passar das marcas e há que jogar o jogo com algumas regras. Portugal abre as portas. Faça favor de se sentir em casa.
Contumaz como sempre, eu acredito piamente que a coisa vai melhorar. Terá mesmo que melhorar. Para os do costume, obviamente.
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