Eu guardo ainda, intactos, os odores dos frutos, dependurados no tecto da sala da casa de meus avós paternos: maçãs, cachos de uvas, diospiros e romãs, que comíamos com parcimónia e que eram para nós os melhores frutos do vasto mundo.
Eu guardo ainda, intactos, os timbres das vozes de todos os entes queridos, que se sentavam à volta da braseira, no centro da pequena sala, juntinhos, nos longos serões do Outono e do Inverno, à luz da candeia.
Eu guardo ainda, intactas, as histórias pueris que meu pai me contava e que fizeram a minha infância feliz.
Há tanto, tanto tempo…
2 comentários:
Bom dia, Manel
Não foi assim há tanto tempo; foi apenas ontem... Caso contrário como te lembrarias tão bem?
Sei que minto, Manel. Só queria dizer que ainda estamos aqui prás curvas e o texto tá porreiro!
Um abraço
João Teixeira
Boa tarde, João!
Cinquenta anos são poucos anos,relativamente. Porém, tendo em conta as nossas existências, já foi há muito tempo.
Prás curvas estamos, mas feitas com calma e muita atenção.
O livro sobre a Mata já está pago e tudo. Só falta chegar. Depois falamos.
Espero que gostes da versão do texto de ontem.
Um abraço,
Manuel
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