Santa Iria de Azóia, 30 de Maio de 2011 – Estou farto de economistas, politólogos e comentadores de tudo e de coisa nenhuma, que assaltaram definitivamente os meios de comunicação social, nomeadamente as televisões, não para ajudarem a resolver o grande imbróglio que é Portugal, no momento presente; mas antes para nos acusarem de gastadores e outras coisas afins, tratando-nos como verdadeiros atrasados mentais.
Os charlatães que pululam por aí são os próceres do regime; são os arranjistas do regime; são os gastadores compulsivos do regime; são, ainda, os inefáveis conselheiros do regime. Foram, em suma, os criadores dessas novas divindades que dão pelo nome de lucro e mercado, que todos os dias atormentam as nossas pacatas existências, como, outrora, as vozes tonitruantes dos patriarcas do Antigo Testamento.
Cheguei há momentos de Alverca do Ribatejo, onde, numa só rua, deparei com três dessas casas de compra de ouro, de compra de ouro e prata, de compra de ouro prata e jóias, que um dia ainda hão-de comprar também os dedos dos portugueses, para que nunca mais tenham a ousadia de usar anéis. Já tinha notado a existência destas casas, que alguém, hoje, equiparou a agências funerárias. Abrem em todos os locais da cidade e brevemente chegarão às mais recônditas aldeias. Sabendo da dimensão da crise, os agiotas não perdem tempo.
Portugal fede.
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