Lisboa, 26 de Maio de 2011 – Na sua imensa sabedoria, diz o povo, e a meu ver com razão, que o sabe tudo ainda não nasceu. É evidente que a sabedoria popular vale o que vale; mas, de qualquer modo, deve ser valorizada. Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje é um daqueles ditados que podemos e devemos levar a sério.
Eu que pensava que sabia tudo, ou quase tudo, em relação ao falar da Mata, de onde saí definitivamente há mais quatro décadas, aprendi no sábado passado, em amena cavaqueira com o Manuel de Sousa, que de um vinho se pode falar sem aqueles lugares comuns dos enólogos e de uma forma muito mais divertida.
Estávamos a beber um tinto e a ver a vinha onde as uvas crescem e amadurecem, quando o Manel qualificou o vinho de marrão. Percebe-se intuitivamente que se está a falar de um vinho muito graduado, que, bebendo-se sem precauções, se pode tornar implicativo. E continuando a dissertação sobre vinhos, ainda me falou dos vinhos cantantes e dançantes. É evidente que as últimas qualificações já têm a ver com o comportamento de cada qual relativamente à ingestão dos crudes.
De qualquer modo, talvez naquelas garrafas de vinho de 14º, ou mais, se pudesse escrever no rótulo: vinho marrão. Fica à consideração dos enólogos.
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