terça-feira, maio 24, 2011

DO MEU DIÁRIO

Santa Iria de Azóia, 24 de Maio de 2011 – Correia de Campos, o mais neo-liberal dos ex-(des)governantes do PS, tornou-se agora num pedinchão vulgar. Foi posto a andar por tratar mal da saúde dos portugueses e agora volta para pedir os votos de uma parte dos portugueses mais humildes. Bem merecia que lhe fizessem um “mega”, seja lá isto o que for, um toma ou mesmo um ostensivo Raphael Bordalo Pinheiro.


É evidente que nestas coisas – para mim é mesmo assim – não é a pessoa que está em questão, que, apesar da calvície, o senhor tem um aspecto limpo e parece muito compenetrado do seu papel. Ora o meu ponto é mesmo a política e a política de pôr portugueses a nascer em Badajoz, não cabe na cabeça de ninguém a não ser na de um neo-liberal, a quem pouco interessam os sentimentos. Eu dou um exemplo: a minha senhora nasceu em Lisboa, na Rua da Palma; porém, o senhor meu sogro resolveu registá-la em Alhandra, onde moravam, naquele ano de sessenta e dois.


Eu gosto de Alhandra e do Soeiro e do Batista Pereira e doutros alhandrenses ilustres. Até das figuras de ficção dos Esteiros, Gaitinhas e Gineto, mas ninguém há-de convencer a minha senhora de que é natural de Alhandra. Enquanto ela for viva, nunca! Ora Correia de Campos é o senhor que pôs portugueses a nascer propositadamente em Badajoz. E um homem que faz uma coisa destas, não pode apelar ao voto de portugueses humildes. Essa coisa de nascer fora tem a ver com reis e rainhas e nunca com o povo mais genuíno.


Correia de Campos, que tem um aspecto limpo e até fala sem pontapés na sintaxe do português, tratou mal da saúde dos portugueses, que é o bem mais precioso que os cidadãos têm. E estes, seguramente, far-lhe-ão orelhas moucas.

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