QUADRAS
5
Já se nota bem o medo,
Entre o povinho rasteiro,
Que se mantém surdo e quedo
Sem trabalho e sem dinheiro.
6
Neste Outono quase Inverno,
Portugal está doente.
Isto vai ser um inferno,
Uf, um inferno inclemente!
7
Já dizem que falta o pão,
Em muitas das lusas casas.
O casqueiro, patrões, não!,
Que isto vai ficar em brasas.
8
Quando chegar a tal hora,
A hora de toda a verdade,
Os da massa vão-se embora
E o povinho berrar há-de.
(Manuel Barata, inéditas)
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