domingo, dezembro 05, 2010

DO MEU DIÁRIO

Santa Iria de Azóia, 5 de Dezembro de 2010 – Quando falo de Trás-os-Montes, há um nome que se apressa a ocupar-me a mente: Miguel Torga. E pelos vistos não sou caso único, porque, aqui e ali, ainda se vão ouvindo referências ao filho mais famoso de S. Martinho de Anta.

Eu estou convencido que Miguel Torga resiste, bravamente, pela estreita ligação que a sua obra tem com Portugal e os portugueses. Num certo sentido, creio que a obra de Torga se constitui como uma nova lusa epopeia. É certo que Torga não louva Portugal e os portugueses como Camões. Nem tão-pouco como Pessoa, na Mensagem; no entanto, Torga foi um homem particularmente atento ao rectângulo e a tudo o dentro dele se passava. É tocante, nomeadamente, o apreço pela obra realizada ao longo do curso do Douro.

Falta-lhe universalidade? É possível que sim; porém, esse já é outro problema e do qual Torga não será o único responsável.

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