Santa Iria de Azoia, 12 de Setembro de 2009 – Natural de Lisboa, como Fernando de Bulhões e Fernando Pessoa, Jorge de Sena repousa, desde ontem, no cemitério das lusas celebridades, os Prazeres. Regressou definitivamente a casa, este português singular, que também foi brasileiro e americano.
Jorge de Sena foi um brilhante ensaísta, um professor incansável, um poeta de mérito incontestado, um Homem inconformado, que nunca hesitou em se medir com as dificuldades.
Engenheiro de formação, Jorge de Sena dedicou a sua curta vida ao ensino e estudo dos poetas. Camões foi, seguramente, uma das paixões da sua vida; porém, leu dezenas e dezenas de autores nacionais e estrangeiros. Destes deixou-nos um longo rasto de excelentes traduções, materializado em duas grandes antologias editadas pela ASA: Poesia de 26 Séculos e Poesia do Século XX.
Do poeta, aqui deixo quatro versos do poema “Panfleto”:
Fere-me esta idolatria mais do que todos os crimes.
Tanto fervor desviado e perdido!
Tanta gente ajoelhando à passagem do tempo
E tão poucos lutando para lhe abrir o caminho!
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