Lisboa, 1 de Fevereiro de 2008 – Hoje, seria de bom-tom escrever sobre o regicídio que contribuiu decisivamente para o fim da Monarquia e para o consequente advento da República. Enquanto republicano, este não é nem nunca foi um dos meus dias. Assim, esperarei pacientemente pelo 5 de Outubro de 2010.
Vou retomar, pois, a narrativa sobre Nambuangongo, que tinha uma pista onde podiam aterrar pequenas aeronaves. Não me recordo dos dias em que havia DO, que se pronunciava dê –ó e que era das poucas coisas boas que aconteciam na mítica aldeia, onde o igualmente mítico Spínola tinha chegado após vasta devastação, com recurso ao Napalm. A DO trazia víveres e sobretudo o correio. O correio, leitores!
Felizes ficavam os que recebiam verdadeiras molhadas de aerogramas, que era o meio de comunicação mais eficaz entre a colónia e Portugal. O Lopes, furriel amanuense da CCS, era a pessoa que mais correspondência recebia. E também recebia chocolates sem açúcar, porque o Belchior Lopes era diabético e a família, à distância, tinha a preocupação de cuidar pelo seu bem-estar.
Durante a guerra colonial, ou guerras coloniais, para ser mais preciso, ficaram famosas as chamadas madrinhas de guerra, que terão sido uma invenção do Movimento Nacional Feminino. Ajudavam a passar o tempo e alguns casos de correspondência acabaram em casório.
Havia cenas verdadeiramente hilariantes. Um soldado de nome Mário arranjou uma madrinha de guerra, que era assim como que uma namorada, e num dos famosos aerogramas pediu-lhe que lhe enviasse um pêlo do púbis, como prova dos sentimentos que tinha por ele. E o pêlo foi enviado e o Mário exibia-o como um verdadeiro troféu. Cenas da guerra. E da loucura dos vinte e poucos anos. “ Nous avions vingt ans”, poderia cantar Charles Aznavour
Graças ao Belchior Lopes pude ler Siddhartha de Herman Hess e ainda On the Road de Kerouac, que estavam ainda muito em voga. Em Nambuangongo havia de continuar a ler Jean-Paul Sartre, do qual conhecia já o teatro e muita da sua produção narrativa.
Vou retomar, pois, a narrativa sobre Nambuangongo, que tinha uma pista onde podiam aterrar pequenas aeronaves. Não me recordo dos dias em que havia DO, que se pronunciava dê –ó e que era das poucas coisas boas que aconteciam na mítica aldeia, onde o igualmente mítico Spínola tinha chegado após vasta devastação, com recurso ao Napalm. A DO trazia víveres e sobretudo o correio. O correio, leitores!
Felizes ficavam os que recebiam verdadeiras molhadas de aerogramas, que era o meio de comunicação mais eficaz entre a colónia e Portugal. O Lopes, furriel amanuense da CCS, era a pessoa que mais correspondência recebia. E também recebia chocolates sem açúcar, porque o Belchior Lopes era diabético e a família, à distância, tinha a preocupação de cuidar pelo seu bem-estar.
Durante a guerra colonial, ou guerras coloniais, para ser mais preciso, ficaram famosas as chamadas madrinhas de guerra, que terão sido uma invenção do Movimento Nacional Feminino. Ajudavam a passar o tempo e alguns casos de correspondência acabaram em casório.
Havia cenas verdadeiramente hilariantes. Um soldado de nome Mário arranjou uma madrinha de guerra, que era assim como que uma namorada, e num dos famosos aerogramas pediu-lhe que lhe enviasse um pêlo do púbis, como prova dos sentimentos que tinha por ele. E o pêlo foi enviado e o Mário exibia-o como um verdadeiro troféu. Cenas da guerra. E da loucura dos vinte e poucos anos. “ Nous avions vingt ans”, poderia cantar Charles Aznavour
Graças ao Belchior Lopes pude ler Siddhartha de Herman Hess e ainda On the Road de Kerouac, que estavam ainda muito em voga. Em Nambuangongo havia de continuar a ler Jean-Paul Sartre, do qual conhecia já o teatro e muita da sua produção narrativa.
1 comentário:
Caro amigo,
Venho só fazer a prova de vida...como diria o Daniel, a prova devida...
Um abraço!
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