quinta-feira, junho 07, 2007

DANIEL ABRUNHEIRO

Santa Iria de Azóia, 7 de Junho de 2007 – Daniel Abrunheiro, cuja produção poética tenho acompanhado, desde Março do ano transacto, é, indubitavelmente, um dos maiores poetas da sua geração. E quiçá, o mais profícuo e ousado, do actual panorama literário português, ainda que só exista para os seus leitores do ciberespaço. Quem me ler e duvidar, faça o favor de o procurar na NET e confirmar a justeza das minhas afirmações.

O mundo literato português, sempre muito redondinho e sonolento, quando o descobrir, há-de ser com muito espanto e estrondo. Na verdade, Daniel Abrunheiro é um poeta maior, cuja poesia está exigindo editor competente e empenhado. Ignorar este criador é, com toda a certeza, ignorar do melhor que se produz em Portugal.

“Sou mais um de nós num convosco de ninguéns”. Este é um dos últimos versos de Daniel Abrunheiro, um belo e complexo verso, que, só por si, daria para ilustrar o que venho dizendo. Porém, viajando por alguns dos seus últimos poemas, deparamos com uma imaginação verdadeiramente prodigiosa: cachorrar, liriar, lactear, se enqueijar, se melar, se avancar, valsear, alfazemar, conar, etc., são alguns dos verbos inventados pelo vate.

A vida, a morte – os seus mortos -, a música, a poesia, o amor, o fluir do tempo, são alguns dos seus temas mais recorrentes. E havemos de convir que não é pela temática que passa a modernidade e a inovação de Daniel. A inovação encontramo-la ao nível da forma, que é aí, sem margem para dúvida, que se situa a grande linha de separação.

5 comentários:

José Antunes Ribeiro disse...

Manuel,
Conhecemos juntos o Daniel em Penamacor, onde todos estivemos nas escolas num Dia Mundial da Poesia!
Só nessa altura me dei conta do grande poeta que ele é, do grande escritor que admiramos.
Ao tempo em que isto foi...já a minha função de editor se tinha esgotado. Lamento não ter aguentado mais um tempinho porque gostaria muito de editar o Daniel. Lamento também só nessa altura o ter descoberto...mas isso já são contas de um rosário em que o chamado jornalismo cultural tem culpas por aquilo que esconde e omite.
Outra característica que não o ajuda é a sua verticalidade. E mais não digo...hoje!

Anónimo disse...

Fui colega do Daniel Abrunheiro no oitavo ou nono ano.Ele não se lembrará de mim,decerto,mas a minha coexistência fugaz com ele é agora relembrada na sua poesia através do retorno a uma geografia afectiva reconhecível (o Avenida,em Coimbra,o Choupal, a Adémia,Pedrulha).Quando reencontrei o Daniel Abrunheiro, no seu blog,fiquei estupefacto com a beleza dos seus poemas.
Daniel Abrunheiro é um grande poeta.

Manuel da Mata disse...

Anónimo,

Podia ter deixado o nome... De qualquer modo, agradeço o seu comentário.
O Daniel é indiscutivelmente um grande poeta.

Abraço.

paulo neto disse...

odqmdiDaniel Abrunheiro como escritor é menor que Daniel Abrunheiro o homem. É facil constatar que a sua má formação e baixo nivel humano é a sua principal caracteristica. Espero sinceramente que Daniel Abrunheiro numca venha a ser PUBLICADO, mais importante do que ser um bom escritor é (para mim será sempre) ser uma boa pessoa. O Daniel não o é. Falta-lhe verticalidade e muito mais

Paulo Nuno

Anónimo disse...

Paulo Nuno, as almas maiores são difíceis de entender. É preciso ser muito mais do que linear. É absolutamente necessário - e vou usar palavras de um poeta que, em principio, entenderá - "um pouco mais de golpe de asa". Não espero, depois da leitura das suas linhas, que possa entender a poesia e a estatura do Daniel Abrunheiro.

Termino com alguns versos de outro poeta - um dos vossos, concerteza:

"Que não é possível suportar tanta mentira
Tanta gente de esquerda a viver à direita
Tanta apagada e vil baixeza tanta reza
Tanto cochicho onde é preciso falar alto.
Neste país a salto. Neste país a salto."

A si, Manuel, peço-lhe desculpa pelo desabafo.

Maria