Santa Iria de Azóia, 5 de Junho de 2007 – No tempo da Guerra-fria, apesar dos enormes sacrifícios impostos aos nossos irmãos do mundo dito socialista, o planeta Terra era menos perigoso e as relações entre os povos mais equitativas.
Com o mundo dividido em dois campos antagónicos, o chamado Mundo Livre acenava para o outro lado com a liberdade, com o bem-estar social, com a modernidade e também com a alegria de viver. Do outro lado chegavam-nos apenas as imagens editadas oficialmente, estatísticas e as grandes paradas militares. Aqueles que nunca tinham transposto o Muro de Berlim, ou acreditavam na propaganda do chamado Mundo Livre, ou nas publicações oficiais dos Partidos Comunistas das chamadas Repúblicas Populares. Do lado de lá, os cidadãos eram vigiados e algumas garantias sociais (pleno emprego, escolaridade, assistência médica e medicamentosa, habitação, etc.), apesar da gratuidade, não chegavam para compensar o cerceamento das liberdades. Notava-se muita melancolia, no semblante daqueles povos.
Os EUA eram um teatro distante destas duas realidades europeias, mas eram os principais mentores da propaganda ocidental. O seu sistema, que a Europa capitalista supostamente seguia, era apresentado como paradigma para o bem-estar universal. E na verdade, os EUA em pouco contribuíam para esta visão idílica do mundo. As despesas eram feitas pela Europa ocidental, que construiu e desenvolveu o modelo social europeu, que, o futuro há-de dizê-lo, foi, no séc. XX, o seu grande contributo civilizacional. E era esta Europa e a sua liberdade, que era mostrada aos povos do Mundo Socialista.
E depois veio João Paulo II, que sucedeu a João Paulo I, cujo reinado durou cerca de um mês. Karol Wojtyla, o novo papa, veio da mui católica e mui caridosa Polónia, onde começou o grande movimento que levaria ao derrube das democracias populares, que não deixaram boas recordações àqueles povos. A Igreja de Roma tinha as suas razões. Os regimes de Leste diziam-se ateus e vigiavam de perto ou proibiam mesmo o culto católico. Karol Wojtyla, hábil comunicador e também conhecedor da realidade do Leste, tornou-se a pedra de toque para a queda das democracias populares, prestando um serviço inestimável aos EUA, que se viram muito mais cedo do que seria previsível na situação de única super potência à escala universal. O bem prestado aos povos do Leste, se algum foi, terá a ver quase exclusivamente com as liberdades formais. E este balanço, que ainda não foi feito, poderá abrir uma nova era para a Igreja Católica.
Com o mundo dividido em dois campos antagónicos, o chamado Mundo Livre acenava para o outro lado com a liberdade, com o bem-estar social, com a modernidade e também com a alegria de viver. Do outro lado chegavam-nos apenas as imagens editadas oficialmente, estatísticas e as grandes paradas militares. Aqueles que nunca tinham transposto o Muro de Berlim, ou acreditavam na propaganda do chamado Mundo Livre, ou nas publicações oficiais dos Partidos Comunistas das chamadas Repúblicas Populares. Do lado de lá, os cidadãos eram vigiados e algumas garantias sociais (pleno emprego, escolaridade, assistência médica e medicamentosa, habitação, etc.), apesar da gratuidade, não chegavam para compensar o cerceamento das liberdades. Notava-se muita melancolia, no semblante daqueles povos.
Os EUA eram um teatro distante destas duas realidades europeias, mas eram os principais mentores da propaganda ocidental. O seu sistema, que a Europa capitalista supostamente seguia, era apresentado como paradigma para o bem-estar universal. E na verdade, os EUA em pouco contribuíam para esta visão idílica do mundo. As despesas eram feitas pela Europa ocidental, que construiu e desenvolveu o modelo social europeu, que, o futuro há-de dizê-lo, foi, no séc. XX, o seu grande contributo civilizacional. E era esta Europa e a sua liberdade, que era mostrada aos povos do Mundo Socialista.
E depois veio João Paulo II, que sucedeu a João Paulo I, cujo reinado durou cerca de um mês. Karol Wojtyla, o novo papa, veio da mui católica e mui caridosa Polónia, onde começou o grande movimento que levaria ao derrube das democracias populares, que não deixaram boas recordações àqueles povos. A Igreja de Roma tinha as suas razões. Os regimes de Leste diziam-se ateus e vigiavam de perto ou proibiam mesmo o culto católico. Karol Wojtyla, hábil comunicador e também conhecedor da realidade do Leste, tornou-se a pedra de toque para a queda das democracias populares, prestando um serviço inestimável aos EUA, que se viram muito mais cedo do que seria previsível na situação de única super potência à escala universal. O bem prestado aos povos do Leste, se algum foi, terá a ver quase exclusivamente com as liberdades formais. E este balanço, que ainda não foi feito, poderá abrir uma nova era para a Igreja Católica.
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