sexta-feira, julho 06, 2012

DO MEU DIÁRIO

Praça Camões- Praça Velha 

Santa Iria de Azóia, 4 de Julho de 2012 – Castelo Branco, nos meus tempos de menino e moço (deixem lá passar o cliché), tinha quatro feiras anuais. Em Agosto (30), a chamada Feira Franca, que era, de longe, a mais importante de todas, trazia à cidade muitas centenas de pessoas, vindas de todo o concelho e até do distrito, incluindo muitos carteiristas. Em Outubro (4), Dezembro (18) e Janeiro (6), realizavam-se as restantes, que estavam longe de ter a participação popular e a importância da feira de Verão.

A parte mais visível das feiras era a das tendas na Devesa, onde se vendia de tudo um pouco, desde os trapinhos ao ouro, que as feiras de Castelo Branco tinham sempre muitos ourives a vender relógios e artefactos em ouro e prata. E como era feira franca, havia também a franqueza de regatear o preço de todos os produtos. Creio que este velho hábito de regatear ainda não desapareceu completamente, apesar das transformações que Portugal e a região de Castelo Branco sofreram nos últimos cinquenta anos.

Castelo Branco teve e continua a ter um mercado semanal – uma verdadeira feira -, onde as populações compram uma infinidade de utilidades. Na minha infância e adolescência, era no Largo da Devesa, depois passou para o Cansado e na actualidade é no Ribeiro de Perdizes. O terrado foi preparado para o efeito; tendo, por conseguinte, melhores condições. É sobretudo o espaço comercial dos populares e das gentes das aldeias, que encontram ali os produtos de que mais necessitam e aos melhores preços. Ou talvez não.

Eu teria quatro ou cinco anos, quando desapareceu a antiga Praça, que era no local onde na década de sessenta foi construído o Palácio de Justiça. Era uma construção em ferro, onde a minha mãe comprava bananas pequeninas e muito maduras mas doces como mel. Depois foi o tornado de cinquenta e quatro, ou coisa parecida, que levou a cobertura para as bandas do Monte de S. Luís, nos Escalos de Baixo (vox populi dixit), facto que terá apressado a construção da Praça da 28 de Maio, actual 1º de Maio, que foi durante muito tempo um ex-libris da cidade.

Como facilmente se depreende deste texto, Castelo Branco deu sempre muita importância às feiras e ao mercado. E a sua Praça, que sofreu obras há poucos anos, merece uma visita.



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