quinta-feira, junho 23, 2011

La Géode

La Grande Halle


Paris, 18 de Junho de 2011 – Ontem, por achar que tinha sido demasiado “kitch”, omiti a voltinha no Sena, numa das “Védettes du Pont Neuf”. Mas juro aqui a pés juntos, que não voltarei a cometer omissões deste jaez. Pois foi, voltinha no Sena, que, ao contrário do ulissiponense Tejo, permite observar sempre as duas margens. Fiquei a saber que a ilha de S. Luís é o sítio mais caro da Cidade e que a ponte Alexandre III é a mais elegante de todas.


Pequeno almoço no hotel, copioso, que o almoço, se acontecer, será em Lille, lá para as quatro da tarde.


Hoje, o dia começou cedo, porque todo o tempo é pouco, quando se anda por estas paragens. Um namoro antigo, obviamente. Ida à cidade da ciência e da Indústria, em la Villette, que começa com esta pergunta a um carteiro:

- Por aqui também se vai para a Cidade da Ciência, senhor?


A resposta não se fez esperar, ainda que muito diferente da que era esperada:


- Como sabe, Senhor, a ciência não é o meu forte. Eu sou apenas um pobre carteiro.


Percebi imediatamente e continuei o meu caminho ao longo do belo canal de La Villette. Trezentos ou quatrocentos metros andados, descobri o “Grand Halle”, que, intuição minha, é parte da construção em ferro que existia no Marais (olá Lídia Martinez!), onde, em 1970, se comemoraram os noventa anos de Pablo Ruiz Picasso. O estilo é Baltard ou Napoleão III.


Entrei na livraria, onde adquiri uma antologia de poesia árabe e constatei a existência de dois poetas portugueses. Fernando António, sim o Nogueira Pessoa, e Herberto Hélder. Curiosa a fotografia do livro de Herberto Hélder; porém, não vos direi porquê. Ou talvez vos diga, lá para o fim destes escritos franceses.


Chuvinha com fartura. Apesar de tudo, ainda tive tempo para fotografar a “Géode”. Depois reapropriei-me das malas e pus-me a caminho da “Gare du Nort”, que o TGV não espera.

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