ÓSCAR LOPES
Lisboa, 20 de Outubro de 1997 - Oscar Lopes, Homem de cerviz direita, que, por mais voltas que se dêem, terá de ser encontrado entre os portugueses mais generosos deste nosso tão peculiar séc. XX, não foi convidado para integrar a representação portuguesa à feira do livro de Frankfurt.
Se Portugal fosse um país decente - e tudo indica que o não é -, o co-autor da História da Literatura Portuguesa e um dos ensaístas mais fecundos de toda a nossa História Literária, não teria sido esquecido pelos senhores do mando. À generosidade de Òscar Lopes, que deu a ler aos portugueses dezenas e dezenas de autores, respondem as autoridades com o olvido.
Sei que Òscar Lopes paira mais alto. Sei que este é apenas mais um acidente com que a Pátria o quis brindar. Não porque a Pátria seja madrasta ou velhaca. A Pátria, entidade abstracta e mais ou menos mítica, nunca poderia ser apodada com tais epítetos. Estas coisas acontecem, porque aos destinos da Pátria presidem criaturas menores e intolerantes, capazes de glorificar todos os champalimauds e de crucificar todos os Camões.
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