sábado, agosto 21, 2010

DO MEU DIÁRIO

Santa Iria de Azóia, 21 de Agosto de 2010 – Num texto surgido no último “RECONQUISTA”, Elsa ligeiro, com quem falei apenas uma vez, em Castelo Branco, trata da problemática das amizades nas chamadas redes sociais.

Por sinal eu adicionei Elsa, que, para além de ligada ao mundo da edição e comercialização de livros, também é amiga de um dos meus melhores amigos, o poeta e editor José Antunes Ribeiro. É óbvio que as amizades por aqui são assim como que um faz de conta, ainda que entre as pessoas que adicionei e me adicionaram se encontrem familiares, amigos do coração, amigos de amigos do coração, muitas instituições e pessoas que, observando o movimento da “minha” rede, me merecem consideração.

É evidente que os meus amigos, amigos, são aqueles com quem me sento à mesa (frei Amador Arrais tinha razão), com quem discuto de viva voz, com quem vou ao futebol ou falo de livros, filmes, música, etc. Mas é justo dizer que tenho entre os meus amigos do “facebook” pessoas indiscutivelmente estimáveis e com um grande sentido de partilha. Sei mais sobre Portalegre, cidade tão próxima e tão distante de Castelo Branco, do que sabia antes de adicionar Manuela Mendes, O Clube Robinson, José Serrano e Hernâni Matos.
Começam a manifestar-se alguns receios em relação às redes sociais. Ainda há dias, um conhecido psicólogo falava da “magna questão” das pessoas escarrapacharem as suas vidas nas redes sociais. Eu não tenho dúvidas que há quem o faça; porém, na minha rede de amigos, a coisa não é alarmante e ninguém desvenda segredos. Se publicar uma quadra popular e disser que se trata de uma composicãozinha de um livro ainda inédito, que mal poderá vir daí ao mundo? E que gosto de Brel e Chico Buarque e Tordo e Amália e Shubert e Bach e Van Gogh e Picasso e …?

Republicano inveterado, adicionei ou fui adicionado por Duarte Pio de Bragança e não vejo onde esteja o mal. De resto, ainda não terei ultrapassado os cento e cinquenta amigos, entre os quais se encontram os meus filhos, primos, filhos de primos, amigos, filhos de amigos, pais de amigos, bibliotecas e instituições. Tenho sido selectivo? Tenho, indiscutivelmente, mas não por receios sem quaisquer fundamentos.

Há quem veja moinhos de vento em tudo quanto é sítio.

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