Santa Iria de Azóia, 15 de Maio de 2010 - Baltasar Garzón, o célebre juiz espanhol que quis julgar Pinochet e quis, digamos assim, julgar crimes cometidos pelo franquismo, foi suspenso por um tribunal superior espanhol.
Eu nunca foi amigo de juízes, ou melhor dizendo, nunca tive juízes entre os meus amigos e não lhes credito qualquer simpatia. No entanto, o juiz Garzón goza da minha simpatia, porque tem mostrado uma coragem muito grande, quando enfrentou ou pretendeu enfrentar poderes com poderes excepcionais.
Para dizer o que me vai na alma, aqui fica escrito que a suspensão do juiz Garzón é mais um episódio da Guerra Civil de Espanha, que, como é bom de ver, é prolongada com mais este episódio. Em bom rigor, a Espanha nunca chegou a chamar os bois pelos nomes e aceitou a transição pacífica para a democracia sob inúmeras condições, nomeadamente, a de não tocar nos crimes hediondos perpetrados pelo regime de Franco.
O juiz Garzón calculou mal a correlação de forças. Meia Espanha, digo eu, ainda terceria armas por Franco. É assim a Espanha, a nossa vizinha e irmã Espanha, que assassinou Lorca e condenou ao exílio milhões de espanhóis.
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