sábado, maio 29, 2010

CORETO DO S. PEDRO(MATA)
SENHORA DO ALMORTÃO



I

A Senhora do Almortão,
Em Idanha tem morada.
Sempre rosa em botão,
Ora rosa , ora encarnada.

A Senhora do Almortão
É santinha recatada.
‘stá naquela solidão
E não se queixa de nada.

A Senhora tem morada,
Numa bonita capela.
Para a Mata ‘stá virada,
Que também é terra dela.






II


A Senhora do Almortão
É ‘ma rosa perfumada.
Em todo o solo beirão,
Não há outra tão amada.

A Senhora tem vestidos
A oiro e prata bordados,
Que lhe foram of’recidos
Ou por milagres trocados.

Na cabeça usa coroa
De perfeição sem igual.
Foi mandada de Lisboa
P´la rainha de Portugal.

Ali perto da fronteira,
A nossa linda Senhora,
Que não tem queda guerreira
Quis ser nossa protectora.

Ó virgem do Almortão,
Dai-nos voz para cantar!
Dai-nos também devoção
Para o ano cá voltar.


Manuel Barata, FRAGMENTOS COM POESIA, Ulmeiro, LX 2005.

SENHORA DO ALMORTÃO




Para o Dr. Rui Rodrigues.



Senhora do Almortão,

Dai-nos paz e harmonia.

Dai-nos muita devoção

E vontade de folia.



Em frente desta capela,

Cantaram nossos avós.

Trazidos p’la mesma estrela,

Agora cantamos nós.



Nossas mães aqui cantaram

Com alegria e paixão

E com nossos pais dançaram

Ao som do acordeão.



Nossos filhos hão-de vir

Pra manter a tradição.

É promessa pra cumprir,

Ó virgem do Almortão!


NOSSA SENHORA DA PÓVOA
Ao Dr. Domingos Torrão



Nossa Senhora da Póvoa,


No Vale, tem sua morada,

Onde vela toda à hora

Por quem passa na estrada.



Por quem passa na estrada,

Por quem vai ao Sabugal.

Vive ali tão recatada

No seu meio natural.



O seu sereno sorriso

Transmite serenidade.

Vive ali no paraíso,

Vero reino da bondade.



Nossa Senhora da Póvoa

Dai-nos saúde e alegria;

E aos nossos moços e moças

Dai-lhes força e valentia.



Eu hei-de dar à Senhora

Um vestido de valor

De puro linho de outrora

Vindo de Penamacor.



Manuel Barata, FRAGMENTÁRIA MENTE, Ed. Alecrim, Sta. Iria, 2009


S. PEDRO DA MATA



S. Pedro, Senhor S. Pedro,
Ó minha cereja madura!
Detrás da tua capela,
Põe-se o sol e nasce a lua.


S. Pedro, Senhor S. Pedro,
Ó minha cereja maior!
Detrás da tua capela,
Nasce a lua e põe-se o sol.


S. Pedro, Senhor S. Pedro,
Quem vos varreu a capela?
- Foram as moças da Mata,
Com raminho de marcela.


S. Pedro, Senhor S. Pedro,
Quem vos varreu o terreiro?
- Foram as moças da Mata
Com raminho de loureiro (*)




É uma cantiga de romaria, em honra de S. Pedro.
Pertence ao folclore da Mata. Fica aqui reproduzida para
Que se não perca.




Manuel Barata, FRAGMENTOS COM POESIA, Ulmeiro, Lx, 2005



SÃO PEDRO (Romaria da Mata)


Prò Carlos Rolo


S. Pedro vive sozinho,

Numa capela modesta.

Ao cimo do Azendinho,

Onde o povo vai em festa.



Onde o povo vai em festa,

E com muita devoção.

Leva merenda na cesta,

Cantigas no coração.



Toalha ‘stendida no chão

Do mais fino e alvo linho.

E sobre ela muito pão,

Chouriço, presunto e vinho.



Manuel Barata, FRAGMENTÁRIA MENTE, Ed. Alecrim, Sta. Iria, 2009



Sem comentários: