MATA
Santa Iria de Azóia, 29 de Março de 2010 – Soube, através do jornal “Reconquista”, que foram inaugurados ontem, na Mata, diversos melhoramentos, a saber: Centro Cultural, que adoptou o nome do actual presidente da câmara, uma variante à rua principal e a estrada que fica a ligar a Mata a Idanha-a-Nova.
É indiscutível que a ligação a Idanha-a-Nova e a variante às muitas ruas que é a rua principal da Mata são melhoramentos de indiscutível interesse. A estrada tem uma largura razoável e permite a deslocação mais fácil aos habitantes de várias localidades dos concelhos de Castelo Branco e de Idanha. O Centro Cultural é uma daquelas obras que, após a sua construção têm utilidade uma ou duas vezes por ano e que ficam o resto do tempo a envelhecer. Como a população da Mata, infelizmente.
Posto isto, vamos ao verdadeiro motivo que me leva a escrever este texto. Nasci na Mata e à Mata tenho estado ligado, desde sempre. Sobre a Mata escrevi na “Reconquista”; sobre a Mata escrevi um livro; sobre a Mata escrevo no blogue MUSICA MAESTRO; da Mata uso o pseudónimo, um pouco à maneira dos trovadores medievais. Pois bem, apesar deste amor de uma vida, o Joaquim Faustino, que é meu parente e presidente da junta de freguesia, cometeu a proeza de não me ter dito absolutamente nada. Grande presidente!
Dir-se-ia que quem dá horas e mais horas de trabalho em prol da sua terra natal, leva assim um murro no estômago. O que não deixa de ser uma forma peculiar de reconhecimento. Uma forma muito peculiar e generosa de agradecimento, como é timbre de certas pessoas.
É indiscutível que a ligação a Idanha-a-Nova e a variante às muitas ruas que é a rua principal da Mata são melhoramentos de indiscutível interesse. A estrada tem uma largura razoável e permite a deslocação mais fácil aos habitantes de várias localidades dos concelhos de Castelo Branco e de Idanha. O Centro Cultural é uma daquelas obras que, após a sua construção têm utilidade uma ou duas vezes por ano e que ficam o resto do tempo a envelhecer. Como a população da Mata, infelizmente.
Posto isto, vamos ao verdadeiro motivo que me leva a escrever este texto. Nasci na Mata e à Mata tenho estado ligado, desde sempre. Sobre a Mata escrevi na “Reconquista”; sobre a Mata escrevi um livro; sobre a Mata escrevo no blogue MUSICA MAESTRO; da Mata uso o pseudónimo, um pouco à maneira dos trovadores medievais. Pois bem, apesar deste amor de uma vida, o Joaquim Faustino, que é meu parente e presidente da junta de freguesia, cometeu a proeza de não me ter dito absolutamente nada. Grande presidente!
Dir-se-ia que quem dá horas e mais horas de trabalho em prol da sua terra natal, leva assim um murro no estômago. O que não deixa de ser uma forma peculiar de reconhecimento. Uma forma muito peculiar e generosa de agradecimento, como é timbre de certas pessoas.
2 comentários:
Esta tua folha de diário trouxe-me à tona este poema de João de Deus:
Avarento
Puxando um avarento de um pataco
Para pagar a tampa de um buraco
Que tinha já nas abas do casaco,
Levanta os olhos, vê o céu opaco,
Revira-os fulo e dá com um macaco
Defronte, numa loja de tabaco...
Que lhe fazia muito mal ao caco!
Diz ele então
Na força da paixão:
— Há casaco melhor que aquela pele?
Trocava o meu casaco por aquele...
E até a mim... por ele.
Tinha razão,
Quanto a mim.
Quem não tem coração,
Quem não tem alma de satisfazer
As niquices da civilização,
Homem não deve ser;
Seja saguim,
Que escusa tanga, escusa langotim:
Vá para os matos,
Já não sofre tratos
A calçar botas, a comprar sapatos;
Viva nas tocas como os nossos ratos,
E coma cocos, que são mais baratos!
João de Deus, in 'Campo de Flores'
Abraço
João
Ficarei por aqui e não invejarei a pele do saguim.
Ainda são restos de ter ficado fora da mesa da outra vez.
Abraço.
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