sexta-feira, abril 03, 2009

DO MEU DIÁRIO

Lisboa, 3 de Abril de 2009 – Começa a ser surpreendente a capacidade de sobrevivência do primeiro-ministro de Portugal. Se vivêssemos em tempos de reis e rainhas, bem podia ter o cognome de “ O Sobrevivente”.

Sobreviveu à denúncia da forma atabalhoada como tirou o curso de engenharia – e logo engenharia! -; sobreviveu à história mal contada dos projectos de arquitectura (?); sobreviveu governando contra os mais desprotegidos e fingindo atacar as corporações; sobrevive com a embrulhada do Freeport.

Este homem que aprendeu a ler “teletexto”, mas que nunca terá lido com proveito um autor clássico, sobreviveu e sobrevive, porque Portugal nunca foi e não é um país de forte apego à justiça e às liberdades. Portugal gosta de ser governado com autoritarismo, mesmo que o protagonista até tenha voz de falsete. Foi assim com o contabilista de Santa Comba; é assim com o transmontano, que também gosta de ser beirão, que nos governa na actualidade.

E o mais dramático não é o homem sobreviver. O mais dramático é que parece agradar à maioria dos portugueses, que apenas sabe ousar, quando vota nesta gente e deposita fortunas na Dona Branca e no BPP.

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