quarta-feira, novembro 21, 2007

SONETO (PORTUGÊS) -3

Republicação

Entro nas casas de alterne
Por obrigação profissional;
Mas topam imediatamente
Os frequentadores habituais
E aquelas noctívagas mulheres
Quão estranho me sinto e sou
Dentro de tais aquários.
Lisboa tem para todos os gostos
E para todas as carteiras:
Moldavas, lusas, brasileiras,
De cabelos pretos, ruivos, loiros.
O à-vontade ganha-se indo,
Os pidgins aprendem-se falando.
O fundamental é ter carteira!

6 comentários:

João de Sousa Teixeira disse...

Também as visitei profissionalmente. Digamos que a profissão me levava a que as frequentasse como amador... sobretudo porque o que está podre não se "vê" ali e não é por causa das luzes encobertas: o que realmente se deteriora todos os dias está a montante.
Um abraço para ti, Manel

João de Sousa Teixeira disse...

Também as visitei profissionalmente. Digamos que a profissão me levava a que as frequentasse como amador... sobretudo porque o que está podre não se "vê" ali e não é por causa das luzes encobertas: o que realmente se deteriora todos os dias está a montante.
Um abraço para ti, Manel

Manuel da Mata disse...

Meu caro João,

Não há fome que não dê em fartura. E logo dois para o mesmo soneto.
Mais do que o conteúdo, gostaria que comentasses a forma.
Nós, os que fazemos, muitas vezes ficamos meio cegos com as nossas obras e não decortinamos defeitos. É também por isso que me submeto ao escrutínio.
Nunca entrei no trombinhas "em grandes horas",
mas tenho entrado no mais fino e nas piores espeluncas, semanalmente. Sinceramente, não sou um adepto.
Se tivesse que ser, seria.
Um abraço.

João de Sousa Teixeira disse...

Saiu em duplicado porque, à cautela, cliquei duas vezes...
Achei curioso o conteúdo deste texto e por isso deu-me para o comentário assim. Mas em relação a outros poemas, nomeadamente (deixa-me dizer assim) os líricos e os bucólicos, são o teu melhor, são o melhor que te conheço. No entanto, como sabes, gosto particularmente daqueles em que desatas a ironia.
Um abraço, confrade Manel!

Manuel da Mata disse...

Meu caro João,

Estou a preparar um livrinho, que há-de incluir os tais textos líricos e também os bucólicos. E ainda esta série de sonetos (dez).
E também aqueles em que recordo amigos e causas.
Mas é evidente que há coisas que não posso deixar de dixer(deixo seguir o erro, que é galego-português). Ex. "A puta que os pariu!"
Um abraço,
Manuel

Anónimo disse...

e fixe e muito fixe