domingo, novembro 11, 2007

DO MEU DIÁRIO

Santa Iria de Azóia, 11 de Novembro de 2007 – Num comentário publicado no “blog” do Daniel Abrunheiro, Lídia Martinez pergunta – e com toda a pertinência –, se não haverá nomes de mulheres para relembrar. Há, com certeza, e muitos.

Lídia relembra Vieira da Silva, Natércia Freire e Judite de Carvalho. Da minha lavra – e puxando por elas do fundo do tempo -, relembro Sóror Violante do Céu (1601-1693), Josefa de Óbidos (1630-1684), Sóror Maria do Céu (1658-1723), Leonor de Almeida Portugal(1750-1839), Irene Lisboa, Natália Correia, Maria Lamas e Maria Keil (n.19004). E isto apenas para usar o critério de Lídia, ou seja, mulheres dedicadas às artes e às letras.

De Sóror Maria do Céu, aqui deixo este lindo poema, da obra ENGANOS DO BOSQUE:

CAMARINHAS HUMILDADE

As camarinhas são, pelo retrato,
As pérolas do mato,
Mas com tal humildade,
Que nas do mar não buscam igualdade,
Antes logo em saindo das mantilhas,
Dizem humildes ser das urzes filhas,
Poucas vezes se oferece,
Confessar o que é quem mais parece,
Que em tempo semelhante,
O que nem é cristal, diz que é diamante, Só o humilde, só,
Ainda que seja ouro, se diz pó.

Um dia destes, conto as circunstâncias em que conheci e falei com Maria Keil.

6 comentários:

Anónimo disse...

... Que bem fez!
Trazer de outro tempo, o tempo (intemporal) da poesia.

.Saber ser Humilde nem sempre é facil.
Esta bela ligação à urze...
as pérolas do mato...

(Um dia destes talvez coloque umas palavras que escrevi sobre a urze.)

Um Abraço,
MJ

Manuel da Mata disse...

Agradeço o comentário. Deixe as suas palavras sobre a urze. Este espaço também é seu.

Um abraço,
Manuel

LM,paris disse...

Caro amigo manuel, merci du fond du coeur, pour elles, bien sur, que bom é ouvi-las so na felicidade de lhes lembra os nomes. A Natalia tem um lindissimo poema sobre a Castro, hei-de transcevê-lo no blog, e adorei o poema, que lindo, nao conhecia, eu sabia que vocês iam ensinar-me nomes de mulheres a relembrar.
Urze é uma palavra linda, que risca a lingua. Beijinhois de Paris, com chuvinha de molha tolos!
até breve, LM

João de Sousa Teixeira disse...

Bom dia, amigo

Ó Manel, além das urzes há também umas plantas rasteiras cuja folha é pegajosa e nós colocávamos na cara a fazer de pintura índia. Sabes o nome dessa planta?

Que tem isto a ver com o poema?
Apenas a simplicidade das nossas brincadeiras de então...
abraço!

Mª Jose M. disse...

Meu Caro Manuel,
Uma Boa Noite.

Lembrando o que havia escrito...(Um dia destes talvez coloque umas palavras que escrevi sobre a urze.)

Aqui ficam umas palavras simples que coloquei ontem num dos meus espaços mas ja estão escritas faz algum tempo.

URZE
A urze cresce rasteira pelos pinhais.
Entre o verde, surge pelas encostas.
Quase em silêncio, adivinha o calor,
Nos passeios alegres das crianças!
Em brincadeiras ou jogos de bola,
Refrescam os seus pés em ribeiros;
Nas águas límpidas, aquecidas pelo sol.
(MªJose M.)

Agradeço por que este espaço também seja "meu", onde me senti bem recebida e gosto de passar e parar quando posso.
Bem-haja

Manuel da Mata disse...

Maria José,

Palavra dada é para respeitar.
Agradeço que me dê o contacto dos seus espaços, para eu passar também por lá.
Eu fiz uma tentaiva, aquando do seu primeiro comentário, mas não consegui. Vale?
Abraço,
Manuel
PS - Eu e o meu grupo, já vamos tendo alguma audiência. Nomeadamente o Daniel Abrunheiro, que é um grande poeta.