quinta-feira, novembro 08, 2007

MEMÓRIA II

( Em memória de minha avó paterna)

Vejo-te sempre ali
junto à lareira
no teu banquinho sentada
os olhos muito abertos
mas já sem brilho.


Vejo-te sempre ali
junto à lareira
de viuvez vestida
ansiosamente olhando
mas não vendo nada.


Vejo-te sempre ali
junto à lareira
velho tronco devastado
pelo simples fluir
inexorável dos dias.


Vejo-te sempre ali
junto à lareira
vivo o lume
os olhos muito abertos
mas já sem brilho.

1 comentário:

LM,paris disse...

Lindo, devastador!
Tantos ausentes si proches,
si consolateurs.
Dia gelado em paris, cortante.
Vento frio!
o dia desceu e nem dei por isso...
bonsoir, um abraço,
lidia