terça-feira, setembro 11, 2007

DO MEU DIÁRIO

Santa Iria de Azóia, 29 de Março de 2005 – Almocei no Adelino com a Umbelina e a Filipa. A comida é sempre saborosa e abundante. Dir-se-ia que este simpático restaurante da Reinaldo Ferreira é destinado a bons garfos, que se estão nas tintas para o fino e a etiqueta. Por ali me tenho cruzado com gente muito diversa: cantores, políticos, sócios-gerentes, polícias, desportistas, funcionários e também muitos impostores.

Ainda hoje, quando cheguei, perguntei ao Adelino pelo Jerónimo. E para surpresa minha, alguns minutos depois, ali tinha o Jerónimo a cumprimentar-me, sob o olhar simpático do anfitrião. Não conto o Jerónimo no rol dos meus amigos. É antes de mais um santiriense, um vizinho, alguém com quem partilho – no plano ideológico –, muitos anseios e inquietações. E que, curiosamente, almoça, quando pode, no Adelino.

Conheçi o Jerónimo nos idos de setenta do século passado. Fizemos parte da Mesa da Assembleia Geral da 1º de Agosto de Santa Iria, que foi colectividade de cultura e recreio de grande prestígio. Cunhal gozava de muita saúde, o mundo ainda estava dividido em dois grandes blocos e ninguém ousaria sonhar com o Jerónimo no cargo de Secretário-Geral. Nem mesmo a velha Olímpia, tão carinhosa e expressiva como o filho.

A Umbelina, que hoje entrou neste Diário, foi minha aluna durante vários anos no Externato Ergon e diz a toda a gente que a chumbei três vezes. Parece confirmar o ditado “quanto mais me bates mais gosto de ti”. Ficámos amigos, e, de quando em vez, almoçamos. No Adelino, foi a primeira vez.

O Adelino – uma espécie de Lisboa do séc. XVI -, é o sítio onde, graças à bonomia dos irmãos, o Adelino e o Alberto, comem e confraternizam muitos credos e religiões. Que o Grande Arquitecto os proteja.

2 comentários:

José Antunes Ribeiro disse...

Caro Manuel, venho confirmar que os Irmãos Rocha,merecem uma visita regular...pela comida, pela bebida e pela simpatia! A "fauna" que os frequenta (eu também, claro!) é vária e variada...Mas todos parecem contentes!...Não sei é se é pela comida...ou pela vidinha!...
Um abraço!

Alex disse...

Fez-me sorrir.
Tive um professor assim. Exigente, rigoroso, achava-o injusto e muitas vezes trocámos palavras azedas.

Há dias encontrei-o numa reunião de trabalho. Passaram tantos anos. Conversámos e o que é um facto é que a exigência dele fez de mim uma pessoa mais batalhadora. Sem dúvidas.

Obrigada por partilhar.
Há pessoas bonitas (ainda).