domingo, agosto 12, 2007

TORGA

COTOVIA, 12 de Agosto de 2007 - Comemora-se hoje o centenário do nascimento do escritor Miguel Torga, que foi três vezes candidato ao prémio Nobel da literatuta.
Há algum alarido à volta deste centenário, facto que contrasta com o carácter reservado do autor de Novos Contos da Montanha.De qualquer modo, e tendo em conta que se trata de um autor coetâneo da gente que tem ainda quase o monopólio da opinião em matéria literária, os eventos de hoje, os anteriores e os que se hão-de seguir este ano, situam-se dentro da mais estrita normalidade.
Devo confessar que continuo a ler Torga com muito interesse e proveito, nomeadamente o seu monumental Diário (16 volumes), onde o poeta de S. Martinho de Anta reflecte muito acerca de Portugal e dos portugueses.
Torga não é, seguramente, um excepcional artista da palavra. E desde já peço perdão pela heresia da afirmação. Porém, aquele seu jeito de ser portuguêse e a sua reflexão acerca do contributo luso para a civilização do vasto mundo, fazem dele um autor de leitura obrigatória, quando se quiser estudar com seriedade a História da Cultura Portuguesa.
A grande lição de Torga radica, fundamentalmente, na defesa intransigente de valores de perenidade assegurada, tais como os direitos humanos e a liberdade. E este não é, óbviamente, um legado menor.

4 comentários:

Manuel da Mata disse...

Caro José,

Tudo vai muda, meu amigo. Porém, há dois tipos ou níveis de mudança.
A mudança de superfície opera-se com relativa rapidez; a outra, a mais profunda, é muito lenta. É esta última que confere o verdadeiro carácter ao povo de uma região e que nos permite dizer que os beirões ou transmontanos são isto e aquilo.
Tudo vai mudando, mee amigo.

PS- Soube que Castelo Branco é a terra da mãe da Alex, embora a nossa amiga Alex, incompreensivelmente, não conheça a cidade. Temos de raptá-la e levá-la a Castelo Branco.

Alex disse...

Manuel ! :)
Que óptima ideia.
A minha mãe veio pequena para Lisboa, praticamente não deixou familia e nunca teve o impulso de lá voltar ... agora fez-me pensar nisso, deviamos ter voltado ...

Eu, como não tenho terra (é o que costumo dizer), adoptei Alvoco da Serra como minha, uma aldeia, penso que já passou a vila, na Serra da Estrela onde as pessoas me tratam como se eu já fizesse parte do coração da terra.


Um abraço, um bom feriado!
e viva o Benfica;)

Daniel Abrunheiro disse...

Também quero ser raptado.

Manuel da Mata disse...

Querias!...