quinta-feira, junho 01, 2006

AVALIAÇÃO DOS PROFESSORES I

Na minha humilde opinião de ex-professor do ensino privado nocturno, a intervenção dos pais na avaliação dos professores faz todo o sentido. Oxalá a Ministra não vacile, que esta poderá ser uma medida capaz de mexer com o "deixa andar" das nossas escolas.
Esta minha posição poder-me-á custar caro, porque a sei ao arrepio do que pensa a poderosa corporação; porém, ficaria a mal com a minha consciência, se não exprimisse a minha opinião frontal e sincera. Felizmente não pertenço ao grupo - nem quero pertencer-, daqueles a quem uma arrogante professora Bonifácio apelidou de analfabetos ou coisa parecida, num recente debate televisivo.
Nas nossas escolas, os professores têm sempre razão. E o problema não é de hoje. Herdá-mo-lo do Estado Novo e parece que há forças poderosas dispostas a manter a situação. Têm sempre razão em matéria disciplinar, têm sempre razão em matéria científica, didáctica e pedagógica, têm sempre razão em matéria de avaliação de conhecimentos. Este ter sempre razão é simplesmente arrogância pura. Nas nossas escolas, na verdade, pontifica a arrogância e a prepotência. E daí a lindeza de resultados, nomeadamente na Escola Pública.
A defesa da Escola Pública, onde sempre estudei e estudam os meus filhos, passa por uma intervenção efectiva de todos os elementos que constituem a denominada comunidade escolar. E deve partir-se do princípio que o elemento principal e a razão de ser da própria escola é o aluno. Se entretanto se coloca o enfoque da problemática escolar no professor e as culpas são atribuídas aos pais e aos alunos, o que se pode dizer, no mínimo, é que há sempre uma desresponsabilização dos mesmos.

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