Mário Ventura Henriques, jornalista e escritor talentoso, morreu hoje com setenta anos de idade. Homem das palavras, e também homem de palavra, fico com a ideia de que as usava com muita parcimónia. Diria até que passou pela vida de forma discreta, se se atender às múltiplas actividades e cargos que exerceu.
Lembro-me dos tempos que se seguiram ao 25 de Abril e de ver o Mário Ventura Henriques, sempre empenhado nas transformações revolucionárias, a participar em sessões de esclerecimento e em actividades da sua estrutura profissional. Suponho que era um homem respeitado pela inteireza de carácter e pela forma como se dava aos outros.
Li com muito interesse o seu romance A VIDA E MORTE DOS SANTIAGO, que fui recomendando aos meus amigos e conhecidos. Não me lembro de ter lido textos críticos sobre o livro. Advinho para amanhã, à boa maneira portuguesa, os choradinhos e os elogios do costume. Amanhã como sempre.
Mário Ventura Henriques, através dos livros que nos deixou e dos exemplos de cidadania que nos deu, vai continuar vivo na memória de muitos portugueses.
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