No discurso proferido no dia 25 de Abril, na Assembleia da República, o Presidente Cavaco Silva elegeu a inclusão social como tema central dessa sua comunicação aos deputados e ao país.
Alguns dos papagaios do costume, habituados a olhar o Presidente apenas como economista, não valorizaram suficientemente o tema eleito. E muitos houve até que se preocuparam mais com a questão do cravo na lapela, que com a questão substantiva da dicotomia inclusão/exclusão.
Sabe-se hoje que o Presidente, que quer ser consequente com o seu discurso do 25 de Abril, vao visitar concelhos deprimidos do Algarve, Alentejo e Beira Baixa. Em Vila Velha de Ródão, reunirá com autarcas dos distritos de Castelo Branco e Portalegre.
Sabe-se que o Presidente não tem poder executivo. Porém, o facto de visitar concelhos como Castro Marim, Nisa e Vila Velha de Ródão, vai certamente obrigar os media a falarem sobre a desertificação paisagística e humana e os problemas das populações do interior mais interior.
Não votei em Cavaco Silva e não tenho por ele nenhuma simpatia especial. Parece-me, todavia, que é da mais elementar justiça saudar a iniciativa presidencial. Os nossos concidadãos do interior merecem o nosso olhar atento e a nossa solidariedade. É preciso que se passe das palavras aos actos. E a iniciativa presidencial poderá ser a grande pedrada no charco.
Os portugueses do interior não devem ser olhados como uma espécie em vias de extinção. E dever-se-á assumir que a excessiva litoralização de Portugal é hoje a sua doença mais grave.
1 comentário:
Temos estado a discutir esta temática no blog da Beira Interior.
Estás comvidado para participar.
Um abraço
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