domingo, abril 16, 2006

A PÁSCOA

De todas as festas do calendário religioso - e outras -, é da Páscoa que mais gosto. Guardo gratas recordações dos sábados santos, dos domingos de Páscoa e da segunda-feira a que também chamávamos de Páscoa, mas que é de pascoela, para ser mais preciso. Esta por estar intimamente ligada à festa de S. Pedro, que é o único santo que se pode gabar de ter morada própria lá na Mata.
Festa da ressurreição de Cristo para os cristãos, a felicidade de ocorrer sempre na Primavera, faz dela não só a festa da celebração da promessa de vida eterna, mas também a festa da renovação cíclica e permanente da própria Natureza. É, portanto, no mundo cristão, um tempo de celebração para crentes e não crentes.
Associo a Páscoa a procissões e romarias, a cânticos religiosos e a cantigas populares, a aromas e a paladares únicos. A Páscoa traz-me à memória os bolos de minha mãe, o guisado de borrego, os cheiros do alecrim e do rosmaninho. E ainda o dlim-dlim da campaínha que anunciava a chegada do pároco para dar o Senhor a beijar. Esta cerimónia ocorria na Mata na segunda-feira, porque o domingo era o dia dos Escalos de Baixo, onde os párocos tinham residência.
E termino com duas quadras do folclore da Mata:
-S. Pedro, Senhor S. Pedro,
Quem vos varreu a capela?
- Foram as moças da Mata,
com raminho de macela.
-S. Pedro, Senhor S. Pedro,
quem vos varreu o terreiro?
- Foram as moças da Mata,
c' um raminho de loureiro.

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