domingo, abril 02, 2006

HAJA SAÚDE

Parece que a Constituição da República, que os presidentes prometem todos cumprir e fazer cumprir, diz que os portuguese têm direito a cuidados de saúde tendencialmente gratuitos. Mas isso é o que diz a Constituição, que se tornou um livro e os livros, como bem o demonstram os sagrados do Islão, do Judaìsmo e do Cristianismo - é evidente que a ordem poderia ser outra-, estão excessivamente expostos à curiosidade de exegetas ardilosos.
Vem isto a propósito dos aumentos das chamadas taxas moderadoras, que não moderam coisa nenhuma, mas antes contribuem para o mal-estar dos portuguses. O nosso Serviço Nacional de Saúde, criado por um pedreiro-livre generoso, nunca funcionou com um mínimo de dignidade. As instalações que conheço são impróprias para um país da UE e os serviços prestados, poderiam ser incomensuravelmente melhores. Houve sempre uma grande má vontade rem relação ao SNS tendencialmente gratuito.
As políticas que estão a ser implementadas, seguindo o chamado princípio do utilizador pagador, demonstra apenas que a nossa sociedade é pouco generosa. Permitem-se enriquecimentos descomunais, mas regateia-se na solidariedade. A nossa sociedade está doente e estas medidas vão agravar a doença.
Os campos, as belezas, os arlindos e as roseiros, que nos têm tratado da saúde hão-de explicar-se um dia. Talvez mais cedo do que pensam. Esta forma de fazer política e de dirigir o país é completamente totalitária.
Dez mil pessoas nas ruas de Lisboa, segundo as insuspeitas televisões, poderão ser o prenúncio de que é na RUA que tudo se há-de voltar a decidir. E os patuscos terão de levar umas bengaladas nas nádegas, para depois voltarem a queixar-se da violência das massas.
Manuel da Mata

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