sábado, fevereiro 04, 2012



OS COMPUTADORES
I
Um dia
- Não muito distante –,
Tenho a certeza,
Vou atirar-me,
Sem piedade,
Ao computador.

A nossa relação
Tem sido
Muito pacífica,
Embora
eu não ache
Muita piada
Às partidas
Que esta máquina
Tão estúpida
E sedutora
Me vai pregando.

Eu vou travar
Esta relação
Que vicia
Como o absinto
E atirar-me,
Sem piedade,
Ao computador.

É inevitável!
É inevitável!


II
Começo a estar
Viciado,
Amor,
Com a treta
Do computador.

Doem-me
As mãos
Os braços
E as lombares
De tanto teclar

Há quanto tempo,
Amor,
deixei de te olhar
com olhos
de ver?

Qualquer dia,
Quando isto
Piorar,
Vou dormir
Com o endireita,
Amor!

inéditos

2 comentários:

Anónimo disse...

Amigo! Tu "brincas" com as palavras, tens a mestria de as saberes ordenar para nos prenderem. Eu aplaudo! Mas a minha região lombar já me tolhe os movimentos...

Luís Fernandes.

Manuel da Mata disse...

Vai-nos tolhendo a todos, Luís.Mas é assim com os computadores.