Santa Iria de Azóia, 9 de Junho de 2011 – Confesso que tenho andado com alguma preguiça mental. Mental e também da outra, que o calor resolveu vir em Setembro e todos nós sabemos como as temperaturas altas nos influenciam negativamente. Era por isso que Cesário Verde, que tão verde e maduro morreu, acreditava nas gentes industriosas do Norte frio.
Infelizmente, os dirigentes do norte, e também os do centro europeu, ditos mais trabalhadores, mas que connosco formam essa coisa informe que é a União Europeia, olham-nos de soslaio e mandam cá rapazes altos e muito direitinhos, daqueles que comem uma sande (digo sande, porque era assim que dizia Mário Dionísio, de quem Virgílio Ferreira muito gostava) ao almoço, dizer como querem que nós nos comportemos para, dizem, nos salvarem dos fundos marinhos.
Os nossos representantes da “troika”, e digo representantes da “troika”, porque estão sempre a invocá-la para justificar os castigos que nos infligem, quando, se calhar, contribuíram tanto ou mais do que nós para o actual estado das coisas, querem cortar em mil e uma coisas à saúde ligadas, nomeadamente, decidindo assim acerca da vida e da morte de muitos dos nossos concidadãos já nascidos e por nascer ( Pessoa falava das naus a “haver”), aterrorizam-me, porque sempre sonhei um Portugal mais solidário e fraterno.
Pouco importa a sintaxe do longo parágrafo anterior, ainda que a creia sem mácula. Oremos. E mesmo que crentes não sejamos, tenhamos esperança de que isto não vai durar muito. Oremos de novo.
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