Nas manhãs de Junho,
Quando o sol tudo doirava,
A nossa casa era também
A sombra da oliveira
Do outro lado da rua.
Guardo memória, mãe!,
Da nossa rua térrea
E vejo-te jovem
Algodão dobando
À sombra da oliveira
Do outro lado da rua.
Nas manhãs de Junho,
Quando o trigo amadurecia
E eu brincava, brincava
À sombra da oliveira
Do outro lado da rua.
Fazia-te mil perguntas
- Mil ou muitas mais – ,
E tu respondias sem enfado
À sombra da oliveira
Do outro lado da rua.
E eu era feliz
E tu eras feliz, mãe!
À sombra da oliveira
Do outro lado da rua.
Do outro lado da rua
À sombra da oliveira.
Manuel Barata, Fragmentária Mente. ed. Alecrim, 2009.
2 comentários:
E agora há que continuar a ser feliz.
E a ter espírito para comemorara aniversários...
:-)
Um beijinho.
Sabe, Filo, a nossa vida tem destas coisas. E a infância é sempre a nossa idade "de" oiro.
Beijinho
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