quinta-feira, junho 17, 2010

DO MEU DIÁRIO

Santa Iria de Azóia, 17 de Junho de 2010 – As crises, confesso, não me estimulam a pena. Para dizer a verdade, passo agora dias e dias sem escrever uma linha. Dir-se-ia que gosto mais de assistir ao debitar voluptuoso de outros escribas, muitos dos quais debitam disparates à velocidade da luz.

Os defensores de Sócrates esgrimem argumentos e mais argumentos, caninos muitos, mas que esbarram diariamente nas paredes espessas e consistentes da realidade. Sócrates é apenas, no momento que passa, o cabo que vai cumprindo as ordens dos donos de Bruxelas, Berlim e Paris, que, por sua vez, andam ao toque de caixa das chamadas agências de notação financeira.

O dr. Coelho vai dando os seus passos como dirigente, ora associando-se ao eng. Sócrates, ora dissociando-se do eng. Sócrates, convencido que um dia vai, e provavelmente vai, ser o cabo de serviço. Porém, o dr. Coelho não tem nada de diferente a propor ao país e por isso diz que não tem pressa de chegar ao poder. Acredita que este lhe cairá no regaço por obra e graça de uma profunda crise que não se sabe bem quando e como acabará.
O que eu sei de ciência segura é que a Europa vive hoje a sua maior crise do pós-guerra, porque os europeus, laxistas, entregaram o governo dos respectivos países, os do Sul e também os do Centro, aos inimigos ideológicos do seu modelo de sociedade. A dona Merkel, o senhor Sarkozy e o senhor Berlusconi (?), são apenas alguns dos exemplos que me ocorrem. E andamos para aqui todos a fazer de conta, que nem baratas tontas, que a crise tinha que acontecer, porque os estados gastam mais do que deviam.

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