PALAVRAS PERDIDAS
Há quanto tempo, mãe, não te falo de amor
com aquelas palavras de encantar
com que as crianças falam do amor?!
Há dias corei de vergonha,
corei de vergonha quando li,
num livro de cartas de Saint-Exupéry,
as palavras mágicas que ele escreveu a sua mãe
e que eu nunca te disse a ti.
Deixei que entre nós se interpusesse
um pudico silêncio ancestral
e disse-te apenas coisas imediatas e triviais.
Eu esqueci, mãe, aquelas palavras claras e pueris
que tanto alegravam o teu coração.
Eu coro de vergonha, mãe!
Barata, Manuel, FRAGMENTOS COM POESIA, Ulmeiro, Lisboa, 2005
2 comentários:
Bom domingo manuel!
jà tinha lido este seu poema lindo e comovente. Gosto muito.
Um abraço.
O post do Forte dà vontade até a mim que nao gosto de sardinahs...
bjos
LM
Lídia,
Claro que sim. Foi publicado nos "Fragmentos". Boa memória.
Acabei hoje a selecção definitiva de "FRAGMENTARIA MENTE".
Vai ter capa de um mocinho aqui do meu Bairro.
"O FORTE" é um restaurante aqui perto de minha casa.Muito próximo de Alverca. Entra-se e Vê-se tudo o que há disponível. carnes e peixes. Não é caro e as pessoas tratam-me bem. O João faz anos dia 20 e la iremos jantar.
Resto de bom domingo
Beijinho
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