quinta-feira, julho 24, 2008

DO MEU DIÁRIO

Santa Iria de Azóia, 23 de Julho de 2008 – Vasco Graça Moura persevera – e bem -, na sua já longa luta contra o acordo ortográfico (AO), que umas quantas criaturas de Deus querem, à viva força, que entre depressa em vigor.

Eu raramente estou de acordo com o tradutor de Dante e Petrarca; sobretudo, em matéria de política partidária, porque o considero muito fiel ao PPD-PSD, seja qual for o cabo que estiver de serviço. Nas coisas da cultura, a música é outra, obviamente. VGM até pode ter inúmeros defeitos – e tem-nos com certeza -, mas, no domínio das letras, é um trabalhador incansável e de grande qualidade.

Subscrevi o documento contra o AO que está a circular na NET e voltaria a subscrevê-lo, porque as línguas não necessitam de despachos, decretos e leis para viver e morrer. As línguas todos os dias vão morrendo e renascendo, porque todos os dias caem em desuso determinadas palavras e todos os dias surgem palavras novas. Mas, no presente, não é este o ponto.

O AO que os governantes querem implementar a todo o vapor, como já foi amplamente explicado, é um mar de incoerências e só vai lançar a confusão entre os utentes do código escrito. Para nada, porque a descontinuidade geográfica já criou umas quantas variedades do português, que, a longo prazo, se constituirão como novas línguas. E este é que é o ponto.

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